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A mostrar mensagens de setembro, 2015

Notas de campanha (11)

1. Contacto com a população em Leça da Palmeira. Um militante do PS recebe o documento da CDU com educação e arenga sobre o que julga ser a estratégia e o papel do PCP. Que, claro, tem respeito pelas outras ideologias e que “O Partido Comunista faz falta” e até é bom que “faça barulho”. Eles bem queriam que se limitasse a compor o ramalhete da aparência de democracia… 2. À porta de uma fábrica, um operário jovem rejeita o documento de propaganda que um militante lhe oferece. “Não estou aqui para política, estou para trabalhar!” Talvez um dia venha a reconhecer que este terá sido um dos seus mais importantes actos políticos. 3. Magnífica arruada na “baixa” do Porto, entre a Praça da Liberdade e a Rua de Santa Catarina. O secretário-geral do PCP reconhece o cansaço (já lá vai mais de um mês de estrada!), mas “chegamos aqui, ao Porto, a Santa Catarina, e carregamos as pilhas” para prosseguir a luta. 4. “Nesta CDU, as derrotas não nos desanimam e as vitórias não nos descansam”, dis

Notas de campanha (10)

1. Contacto com os comerciantes e a população na feira de Pedrouços, Maia. Confirma-se o crescendo de simpatia pela CDU, mas persistem os sinais de azeda revolta. As pessoas estão zangadas com quem lhes mentiu, mas não podem estar zangadas com a democracia (acertada exortação do Rui Pedro Ferreira). 2. Contacto com a população à entrada de um supermercado. Uma mulher aceita o documento que lhe entregamos. “Vou ler, mas o meu voto já está decidido há muito”, diz. E logo anuncia o número de militante de PS. “É pena vocês estarem sempre a atacar o PS”, lamenta-se. E se houver mais deputados eleitos pela CDU, acha que se puxa o PS para a esquerda? “Pois…” 3. O tema dos brindes de campanha. “Então não dão esferográficas?” Será que o voto não vale mais do que uma esferográfica? 4. Contactos com trabalhadores em fábricas de Gaia. Nunca é demais recordar: (a) Estamos hoje, como estamos sempre, especialmente quando os trabalhadores mais necessitam apoio e da intervenção dos militantes co

Notas de campanha (9)

1. Encontro com artistas, intelectuais e quadros técnicos e científicos na Cooperativa Árvore, no Porto. Justa evocação do papel da "Árvore" na história de Resistência e da Cultura. Significativa alocução de Jerónimo de Sousa sobre a função emancipadora da Cultura e da Ciência e a importância dos intelectuais na enorme tarefa de transformação. 2. Impressionante arruada em Gondomar, com inúmeras manifestações espontâneas de simpatia pela CDU e pelo secretário-geral do PCP. "Avancem"; "Contamos convosco". .

Questões de decência

Por que será que me sinto atingido, na minha cultura cívica e na minha inteligência, quando oiço ou leio, de pessoas mais do que medianamente letradas e até académicos, que o voto de esquerda consequente é o voto no PS, e que quando nomeadamente o PCP critica as políticas seguidas ou apoiadas pelo PS está a contribuir para dar o poder à direita? .

Notas de campanha (8)

1. Almoço-convívio na Póvoa de Varzim. Ambiente de calorosa fraternidade e de grande esperança. “A CDU avança com toda a confiança!” 2. Balanço positivo da primeira semana oficial de campanha, com a confirmação de simpatia nos milhares de acções de informação e esclarecimento com os trabalhadores nas empresas e com as populações nas ruas. Eles sabem com quem contam 365 dias por ano. .

Serviço público de pluralismo

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A primeira semana de campanha eleitoral “oficial” chegou ontem ao fim, com a RTP e a SIC a alimentar esta entorse dos princípios e garantias de pluralismo informativo a que os operadores de televisão, em especial o de serviço público, estão obrigados. Os principais serviços noticiosos – da hora de almoço e da hora de jantar – dos respectivos canais em sinal aberto (RTP1, no caso da RTP) apostaram claramente na bipolarização, privilegiando sem pudor a coligação Portugal à Frente (PàF) e o Partido Socialista (PS), oferecendo sistemáticos “directos” a partir de iniciativas suas, e exclusivamente delas, mesmo quando a actualidade era escassa ou até nula. Os espectadores com espírito crítico mais apurado estarão seguramente perplexos com tal comportamento “editorial”, cujos critérios “jornalísticos” não se entendem e cuja justeza não se vislumbra, dada a flagrante e injustificada ausência de directos a partir de iniciativas das outras listas, como se comprova com a modesta “monitor

Notas de campanha (7)

1. “Vocês não trazem a televisão, não vão ganhar” - observação de senhora durante uma (mais uma) acção de contacto e esclarecimento com os comerciantes e a população na feira da Trofa (António Costa acabara de fazer uma meteórica passagem pelo recinto, acompanhada por abundante cópia de câmaras e microfones). 2. Num café da Trofa, queixa-se um homem de que ganha “20 euros por dia, enquanto os funcionários públicos…” Ainda há quem não saiba distinguir o inimigo. 3. “Já tivemos muita estabilidade com o Salazar” – aparte de participante no comício em S. Mamede de Infesta, quando Jorge Machado chamava a atenção para o embuste do apelo à maioria e à estabilidade. .

Notas de campanha (6)

1. Contacto com a população na feira de Santana, Leça do Balio. Um feirante interpela o deputado Jorge Machado sobre a lei do comércio não sedentário, que o prejudica. O PCP votou contra. 2. Contacto com trabalhadores de fábricas na Maia. "Mais uma vez, e não é só nas eleições". 3. Comício com salão cheio e muito caloroso em Valadares. "Podem apagar-nos das televisões e dos jornais, mas não nos apagam das ruas" (Diana Ferreira). .

Sentido

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Rua (?), Coimbra, Abril de 2013

Notas de campanha (5)

1. Contactos com docentes, investigadores e estudantes do ensino superior público universitário e politécnico em várias instituições do Porto, com entrega das propostas gerais e para a Ciência, a Investigação e o Ensino Superior , com troca de impressões sobre problemas, anseios e soluções.  2. Justificações para rejeitar documentos de informação política estranhas na boca de estudantes universitários: “Não ligo à política”; “Não voto”; “Prefiro nem saber, etc.. .

Notas de campanha (4)

1. Boa parte dos utentes da Loja do Cidadão entra e sai com o semblante carregado. Uma ragariga, amparando a mãe, queixa-se das horas de espera. "Estão a reduzir tudo!" 2. Serão com salão da Junta cheio em Ansiães, Amarante. A sessão era sobre baldios, mas logo tratou de debater os problemas mais urgentes das aldeias di Marão. "O PCP é o único partido que vem ouvir-nos". .

O direito ao directo

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Alvíssaras a quem elucidar sobre que razões e que critérios editoriais – e com a cobertura de que lei – levam a RTP e a SIC a transmitir, todos os dias, directos das campanhas eleitorais da coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP) e do Partido Socialista nos telejornais da hora de jantar em canal aberto e a ignorar as iniciativas das outras listas.   Suponho que não tem nada a ver com a bipolarização e é certo que ainda só vamos no terceiro dia de campanha "oficial", mas… De qualquer modo, agradecido. .

O tabu da dívida e os irredutíveis do costume

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Há um tema que os partidos do monopólio do poder alternante se furtam o mais que podem discutir, fugindo dele como diabo da cruz, não vá o povo pôr-se a pensar no assunto. É a dívida pública e a manifesta impossibilidade de a pagar com o seu actual peso. Co-responsáveis por quase quatro décadas de desmandos e cúmplices irrevogáveis na adesão à moeda única, no Tratado Orçamental e no pacto de agressão com a troika, o PSD, o PS e o CDS-PP ora assobiam para o lado, ora decretam a impossibilidade da renegociação da dívida, ora renovam a vassalagem aos mercados. Se não são eles, são muitos dos opinadores, que pregam no espaço público o dogma da irreversibilidade dos compromissos, atemorizam os eleitores com a ameaça do cataclismo e apodam de “irredutíveis” e “irrealistas” aqueles que defendem tal discussão não só como necessária, mas sobretudo como urgente. Juros: 5% do PIB de 2014 De acordo com o mais recente boletim estatístico do Banco de Portugal , a dívida pública ascend

Notas de campanha (3)

1. Desenganem-se os que supõem os trabalhadores das lojas nos centros comerciais diferentes dos que trabalham nas fábricas e nas oficinas. Os problemas de precariedade, salários baixos e horários são idênticos. Sob o fato-macaco surrado do mecânico ou a maquilhagem sofisticada da menina de perfumaria, há sempre um trabalhador. 2. Uma importante multinacional explora a precariedade de centenas de jovens, mas ofereceu-lhes uma lancheira para a refeição. De que é que se queixam? 3. Os trabalhadores de uma rede de lojas de marca são chamados "colaboradores". Já nos recibos de vencimento surgem como "trabalhadores". Nota-se pela retribuição base - à volta do salário mínimo nacional. Bem me parecia que a semântica de classe é um bocadinho desajustada. .

Notas de campanha (2)

Contacto com centenas de trabalhadores junto várias empresas em Vila Nova de Gaia(*). Eles sabem com quem contam - sempre. (*) Só uma pequena amostra entre as dezenas de acções no distrito e centenas e centenas no país. .

Notas de campanha (1)

1. A magnífica marcha da CDU de ontem no Porto não teve o tratamento que merecia nos jornais de hoje. 2. Bela tarde de fim de Verão na Póvoa de Varzim. E excelente acção de contacto com a população, entre o centro da cidade e a marginal. .

É sempre bom estar informado

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Fiquei a saber, pelo "Expresso" de hoje, que os milhares de activistas - candidatos, dirigentes e militantes do PCP, do PEV e da ID, independentes e amigos da CDU - que, em todo o país, estão há semanas no terreno, nas ruas, nas empresas, nas feiras, nas colectividades e instituições, e vão prosseguir centenas de acções diárias de esclarecimento e de mobilização, afinal não existem.  É sempre bom estar informado. .

Debates, comentários e pluralismo. Descubra as diferenças

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Assistindo ao “Jornal da Tarde” da RTP 1 e vendo e escutando o relato sobre “o último frente-a-frente”, transmitido em simultâneo pela RDP, pela RR e pela TSF, dei comigo a matutar no problema que mais esta emissão radiofónica conjunta – tal como o “debate histórico” nas televisões de há dias – evidencia, e que parece não afligir os directores de informação: a questão da diversidade informativa. E estava-me interrogando sobre que reflexões farão eles – assim como os conselhos de redação – sobre a noção, o alcance, as implicações e as consequências em termos de pluralismo (aqui, na sua dimensão externa) da realização e transmissão conjunta e simultânea de debates, quando a abordagem do assunto transitou para a “reportagem” directa no exterior. Desta feita, tratava-se de saber, anunciava-se, “quem ganhou o debate”. E logo o repórter anunciou o depoimento de “dois pesos-pesados da política” (cito de memória), nada mais, nada menos do que Marques Mendes e António Vitorino. Logo

"O drama dos refugiados tem responsáveis"

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A presidente do Conselho Português para a Paz e a cooperação (CPPC), Ilda Figueiredo, sublinhou esta tarde, no Porto, que é necessário "parar a guerra" que destrói as condições básicas de vida dos povos atingidos e está na origem de mais de 50 milhões de refugiados, segundo números da ONU. Ilda Figueiredo , que intervinha no final de uma concentração convocada conjuntamente com a União dos Sindicatos do Porto (USP) da CGPT-Intersindical Nacional, denunciou as políticas de agre ssão e a orientação militarista dos Estados Unidos e de países europeus desenvolvidas nomeadamente na Síria, na Palestina, no Iémen, no Afeganistão e no Iraque. Trata-se de políticas que contam com a cumplicidade e a participação de Portugal, recordou o dirigente da USP Tiago Oliveira, destacando a cimeira bélica das Lajes (16/3/2003), na qual George W. Bush, Tony Blair, Jose Maria Aznar e Durão Barroso "decidiram" a invasão do Iraque, desencadeada quatro dias depois, por causa de &q

Da coragem editorial e do pluralismo informativo

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Suponho que é necessário dizer isto com maior clareza. Gostaria muito de ver todas as televisões afirmando a sua auto-proclamada autonomia, independência e liberdade editoriais, designadamente em matéria de debates entre as candidaturas às eleições legislativas de 4 de Outubro:   - planeando-os com pleno cumprimento do dever de pluralismo informativo; - programando-os para as datas que considerem editorialmente convenientes, embora procurando alcançar o maior consenso possível  com as candidaturas mas nunca prescindindo do direito à palavra final; - reconhecendo o direito às candidaturas a fazerem-se representar por quem estiver disponível e/ou considerarem mais adequado;   - transmitindo-os em canal aberto e em horário adequado ao esclarecimento do maior número possível de espectadores; e - ignorando birras e chantagens dos ainda primeiro-e-vice-primeiro-ministros-e-supostos-candidatos-a-primeiro-ministro. Isso é que era ter coragem e independência. E, se acha

O "debate histórico"

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(Imagem obtida, com a devida vénia, da emissão da TVI, como poderia ter sido da RTP ou da SIC) As televisões, mais alguma gente, incluindo os estrategos de comunicação dos partidos alternantes (há 39 anos, senhores!), devem estar muito contentes com o achado do “debate histórico” de hoje – feito a dois e conduzido a três e transmitido a três, em simultâneo, angariando (talvez) grande soma de audiências. O dito debate fica para a história, sim, mas como momento marcante do fim do pluralismo informativo. O grandioso espectáculo em co-produção RTP-SIC-TVI, conjugado com a  ausência de debates com todas as candidaturas, prossegue a missão histórica da construção da bipolarização que nomeadamente as televisões – pública incluída – decidiram assumir. E escusam de tentar iludir-nos com a colecção fragmentada e muito incompleta (desse logo ao nível da participação das listas) de outros debates que as três distribuem pelos respectivos canais no cabo. Já não enganam. .

Flagrante do Portugal para Trás

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Portugal, Setembro de 2015 .

O problema dos holofotes

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Lembrei-me da entrevista com a deputada do BE Mariana Mortágua a que a revista do "Expresso" de 22 de Agosto dá grande destaque. Foi a propósito da entrevista com o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que o jornal publica esta semana, e especialmente das últimas perguntas e respectivas respostas: P - (Jerónimo de Sousa) É um político popular. Mas há outros. Teme o efeito da popularidade de Mariana Mortágua na votação da CDU?   R - Se fossemos por aí... No nosso grupo p arlamentar, temos jovens de grande categoria, que trabalharam no duro e que não temem a comparação com qualquer outro deputado!  P - Mariana Mortágua não é imbatível, é isso?   R - É uma candidata, enfim. Com as ambições que tem direito a ter.   (...) P - Acha que ela foi uma boa deputada? Esteve bem na comissão do BES?   R - Sim, esteve. Mas seria uma grande injustiça não valorizar a intervenção do meu camarada Miguel Tiago, um jovem que teve grande capacidade de intervenção, m

Enquanto não há notícias

Alguém faz o favor de levar uns  baralhos de cartas, ou uns tabuleiros de xadrez, ou uns jogos da glória àquela rapaziada que está em frente ao número 33 da Rua do Abade de Faria, em Lisboa? Agradecido. .

Obrigado, António; obrigado, Ivete

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Foto, com a devida vénia, de  NILUFER DEMIR/REUTERS/DHA Comentador frequente dos temas económicos na RTP, o jornalista António Peres Metelo, começou a responder ao pivô do “Jornal da Tarde”, que lhe pedia uma apreciação ao folhetim da venda apressada do Novo Banco, com um pedido: Que a RTP passasse mais vezes a imagem daquela criança jazendo inerte na praia, uma imagem tão chocante que talvez despertasse de vez as consciências da Europa. O apelo do António, naquela voz serena que lhe conhecemos há décadas, mas genuinamente comovida perante a urgência angustiante de um despertar colectivo que tarda, armadilhou-me o exercício de escrúpulo ético que procuro a fazer nos meus actos profissionais. Se eu fosse editor na RTP, emitiria aquela imagem?   É chocante, sabemos. Mas, tão dramaticamente acariciada pela espuma do mar universal, não pode deixar de produzir no espectador senão a exigência indeclinável de que a Europa e o Mundo encarem de frente o drama pelo qual são responsáve

ÚLTIMA HORA! PCP continua "pronto para assumir responsabilidades governativas"

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Na emissão de quinta-feira, 27 de Agosto, da rubrica “Tenho uma pergunta para si” , no “Jornal da Noite” da TVI, a entrevistadora-moderadora questionou o secretário-geral do Partido Comunista Português sobre a sensacional novidade dos dias mais recentes, que consiste na afirmação, por Jerónimo de Sousa, de que “o PCP está pronto para assumir as responsabilidades governativas”. Quando o dirigente comunista tentava explicar as condições essenciais para um entendimento com outras forças – “para realizar que políticas?”, reiterou – , Judite de Sousa interrompeu-o: “Nós conhecemos as propostas eleitorais do PCP, mas só de uma semana a esta parte é que o ouvimos dizer que o Partido Comunista Português está preparado para ser governo, e há pouco utilizou a expressão ‘responsabilidades governativas’. Estamos perante uma novidade”…   Sorrindo, com as habituais simpatia, cordialidade e clareza, Jerónimo de Sousa respondeu que não se importa de aclarar o tema, mas foi lembrando que