Da Lealdade, em memória de Oscar Mascarenhas
Já
está à venda O Grande Livro dos
Pensamentos & das Citações, de Oscar Mascarenhas, numa edição da
Marcador.
Confesso:
Não sou apreciador do género e sou dos que desconfiam dos que afectam erudição
com excessos de citações, tantas vezes metidas a martelo na prosa, sem nexo nem
contexto. E ocorre-me a memória do vulto de um certo redactor – ao tempo com
alguma nomeada – permanentemente curvado sobre a gaveta da secretária onde
guardava, em sorrateiro sigilo, um caderno de citações.
Comprei,
evidentemente, o livro do Oscar. Porque lhe conheço a profunda e cultivada cultura,
o prazer imenso da leitura e o invejável talento na escrita. Porque, ao longo
dos anos, testemunhei a delicada e certeira invocação de episódios e citações com
que tecia a suas crónicas, as suas intervenções e as suas conversas. E porque lhe tinha uma enorme estima e tenho
dele uma saudade imensa.
Antes
mesmo de procurar outras entradas óbvias (a obra está organizada por entradas
temáticas), como Amizade, Ética, Jornalismo, Lei, etc., procurei Lealdade – uma
das palavras e uma das noções que lhe era mais cara.
Nela,
ao contrário da maioria das entradas, nas quais verteu inúmeras citações,
apresenta apenas uma, de G.k. Chesterton.
Transcrevo:
Transcrevo:
“Estamos todos num mesmo barco, em mar tempestuoso, e devemos uns aos outros uma terrível lealdade”
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