Não obliterem a memória do Tolentino

Tolentino Nóbrega (foto: sítio do SJ)

Morreu o Tolentino Nóbrega. A notícia chega com o eco estranho da surpresa. Sabia que estava doente, mas não esperava o desfecho.
O Tolentino faz falta ao Jornalismo, à Madeira, ao país. Respirava paixão pelo jornalismo e amor pela liberdade como poucos, tendo sido um dos jornalistas mais destacados na resistência e na luta pela liberdade de expressão na região autónoma.
Devemos-lhe tributo por essa luta constante, pela camaradagem sincera e pela generosa participação na vida do Sindicato dos Jornalistas em três décadas – dado biográfico simplesmente obliterado dos obituários publicados da generalidade dos órgãos de informação em linha, à excepção do “Público”.
De facto, Tolentino Nóbrega integrou por sete vezes os órgãos nacionais do SJ. Primeiro, na Mesa da Assembleia Geral, nos mandatos de 1983/84 (vice-presidente suplente), 1985/86 (secretário suplente), 1987/88 (vice-presidente efectivo) e 1996/97. Depois, no Conselho Geral, ininterruptamente como membro efectivo, de 2002 até 2014.
Faço questão de sublinhar esse facto. Por ter muito orgulho em termos estado juntos nos órgãos do SJ (se as vicissitudes da doença não o tivessem mantido incomunicável na fase da recolha das declarações de aceitação, teríamos estado novamente nas últimas eleições). E por ainda não ter deixado de arreliar-me com tanta falta de memória e de rigor. 
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