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A mostrar mensagens de abril, 2014

A gula patronal e despudor governamental

A coisa não pode ser dita de modo mais brando nem com outros nomes. O patronal quer reduzir a todo o custo os custos com o factor trabalho, atacando com toda a artilharia designadamente contra a retribuição do trabalho suplementar. O Governo não se faz nada rogado e prepara-se para propor o prolongamento, até ao fim do ano da suspensão das regras das convenções colectivas de trabalho sobre esta matéria para impor a redução do valor que a sua sinistra Lei n.º 23/2012, de 25 de Junho, determina. Depois do Acórdão do Tribunal Constitucional que refreou (somente um pouco...) essa violência, chama-se a isto despudor. Como era de esperar, o patronato, porém, está descontente: reclama o prolongamento da suspensão, não até ao fim do ano, mas por mais dois anos. A gula é grande e a força vai crescendo. Como já tem a regra da sobrevigência e condições para procurar matar a negociação colectiva, reclama um prazo de garantia. Estejamos atentos! .  

Dois novos santos

Os papas João XXIII e João Paulo II desempenharam os papéis que desempenharam na História muito para além dos respectivos ministérios enquanto chefes de uma Igreja que tem o papel que ainda tem no concerto das nações. Para muitos dos que os apreciam, sendo católicos ou não  - e se eu tivesse de pronunciar-me sobre algum deles, sempre destacaria o papel de João XXIII e a sua importante encíclica   Pacem in Terris  e o decisivo Concílio Vaticano II - , seriam de maior utilidade se a Igreja que hoje os proclamou santos se limitasse a mantê-los simplesmente como antigos papas. Permaneceriam mais autênticos. .  

Os jornalistas e o 25 de Abril

O Sindicato dos Jornalistas inaugura, na próxima quarta-feira, 30 de Abril, na sua sede, em Lisboa, uma exposição sobre "Os jornalistas no 25 de Abril", com trabalhos de seis fotojornalistas que cobriram os acontecimentos em Lisboa e no Porto. Após a inauguração, segue-se um debate subordinado ao tema "40 anos de Jornalismo". Ler o resto aqui . .

25 de Abril no Museu da Imprensa

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Agenda .

25 de Abril, uma razão de esperança

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Uma oportuna e necessária iniciativa da União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP): Ver a exposição em linha completa aqui . .

Gabriel García Márquez

Há tempos, li, numa entrevista de um autor que vende muitos livros, entre ligeiras considerações literárias , certas afirmações chocantes sobre a dimensão, o valor e o lugar que uns quantos escritores terão no gosto e na memória dos leitores, porque condenados a serem esquecidos. Lembrei-me, então, de uma outra entrevista, a do escritor Mário de Carvalho, da qual retive a amarga mas firme crítica a uma rapaziada que publica muito mas leu muito pouco, ou mesmo nada, dos nossos maiores e melhores poetas e escritores e mestres, mas que pouco ou nada se importa com tais lacunas. Ocorreu-me agora isto, por causa da morte do escritor e jornalista Gabriel García Márquez, ocorrida hoje, e do chorrilho de lugares comuns e do forçado parafraseado de títulos de obras tão típicos da cultura de badana e de motor de busca que logo inundou o espaço público, a par, embora - e é justo assinalá-lo -, de considerações informadas e sugestões de leitura acertadas. As últimas mostram que não será esq

Sentido permitido

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Rua das Oliveiras, Porto, Abril de 2014 .

O arco da dívida não se arrepende

A proposta, mais uma vez posta à discussão no Parlamento, era muito simples: depois de avaliar a dívida quanto à dimensão desagregada origem, natureza e tipo credores, renegociá-la com a redução de montantes, alargamento de prazos e redução de juros globais, adaptados ao tipo de credores.  Mas os partidos do "arco da dívida" (João Oliveira, líder do GP do PCP) - PSD, PS e CDS, por esta ordem ou por outra alternante - chumbaram, mais uma vez, o novo projecto de resolução do PCP nesse sentido. O problema é que nunca se arrependerão. .

Froufe Andrade no Monte da Luz

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Agenda. É já amanhã, às 21 horas. Froufe Andrade volta à conversa com o seu rádio de pilhas do guerrilheiro . .

Aumento do Salário Mínimo Nacional já!

O Salário Mínimo Nacional está congelado desde 2011. Já deveria ter aumentado há muito e cada dia que passa sem que isso aconteça só contribuir para engrossar o número dos portugueses que, trabalhando, vive abaixo do limiar da pobreza.  Além de uma questão de palavra e de cumprimento dos acordos firmados, o aumento do SMN reclamado é uma questão de verdadeira emergência nacional. Só por condenável calculismo e por desprezo por aqueles que mais sofrem as gravíssimas  consequências da situação económica e social a que nos levaram as medidas dos governos PS e PSD-CDS se pode afirmar que uma negociação, agora, em período de pré-campanha e de campanha eleitoral, seria "um trunfo" político (por exemplo, José Sócrates, hoje, na RTP). O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, tem toda a razão quando afirma, como hoje fez (RTP pelo menos), que, a discutir o aumento, é já; e que, a aumentar o SMN, é já. .

A revelação "off", os desmentidos "on" e a completa falta de decência à vista de todos

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A história já vai longa e era bem conhecida: "uma fonte" do Governo anunciou, em off , a jornalistas cortes nas pensões e em salários, que o Governo veio desmentir em on , sem que algum dos que falou depois tenha dado garantias absolutamente cabais de que tal não acontecerá. Pelo visto, nem podia. Esta manhã, os portugueses acordaram com a notícia do "Público" dando conta de que afinal haverá mesmo cortes nas pensões, precisamente porque o seu valor será estabelecido em função da situação económica e da demografia (especialmente a relação trabalhadores activos e idosos dependentes). A coisa parece séria, pois consta de documento da Comissão Europeia a que o jornal (e,depois, pelo menos a RTP) teve acesso. Embora uma fonte (presume-se que a assessoria de Imprensa) do Ministério das Finanças tenha vindo dizer (nomeadamente na SIC) que nada está aprovado, o primeiro-primeiro-ministro dissesse, literalmente a fugir dos jornalistas, que "as notícias de hoje

Ajustes de contas em Abril

Portugal está a comemorar o 40.º aniversário da Revolução do 25 de Abril. Mas algumas "memórias" parecem mais um ajuste de contas. Não há nada como uma intrigalhada e uns quantos esqueletos no armário para ajudar fazer crer que talvez não tivesse valido a pena. Saibam, porém, que valeu - e decisivamente. .  

Salário mínimo, objectivos e manobrismos

A mais que justíssima exigência de actualização do salário mínimo nacional é imperativa e inegociável. Mas o patronato confirmou hoje que, afinal, tanta bondade e tanta disponibilidade para aceitar o aumento era gato escondido com os dentes salivando de fora. "Queremos contrapartidas", dizem eles, prontinhos para forçar, também por esta via, a confirmação e a eternização do grave retrocesso que a revisão do Código do Trabalho lhes dera de prenda, em 2012, até Agosto próximo, em matéria de retribuição do trabalho suplementar, com a sua redução para metade. Eles não querem apenas prolongar a suspensão das cláusulas dos contratos colectivos que, em geral consagram a retribuição em dobro. Querem mesmo é ficar com o trabalho suplementar de borla.  Que eles o queiram, já se sabe, é da História; que alguém admita que os sindicatos o aceitem, é conversa mais séria. Não é?! .

Sobre as disponibilidades para aumentar o salário mínimo

Ainda que mal pergunte, Se até os patrões "aceitam", desde o ano passado, subir o salário mínimo nacional, que a CGTP reclama há três anos, por que razões ainda estamos à espera da "disponibilidade" do Governo para que isso aconteça, quando: a) Supõe-se que o aumento "pesa" às empresas; e b) Com aumento dos salários, sempre bulirá a economia um bocadinho e os cofres do Estado hão-de aproveitar alguns impostos? .

Homenagem a Vasco Gonçalves

A Associação Conquistas da Revolução promoveu hoje, no Porto, uma significativa homenagem a Vasco Gonçalves, com excelentes intervenções de Jorge Sarabando, Avelãs Nunes, Vítor Ranita e Duran Clemente. Disseram o que não ouvem - nem quer ouvir - aqueles que tantos anos têm passado a tresler um exaltante período revolucionário travado pela contra-revolução. Por isso não estavam lá. Mas o salão do Clube Fenianos Portuenses estava à pinha. Porque a memória não se cala. A memória, como bem disse César Príncipe(*), é uma categoria de combate. E esta, contra ventos, marés e tanto investimento em branqueamento, não se apaga.   (*) Na apresentação das bases para um roteiro da resistência antifascista no Porto .

Bases para um roteiro da resistência antifascista no Porto

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Agenda. A não perder. É já amanhã!

Três pareceres importantes

O Sindicato dos Jornalistas publicou três importantes pareceres, já defendidos na Assembleia da República, sobre a proposta de alteração da Lei da Rádio , a proposta de alteração da Lei da Televisão e a proposta de alteração dos Estatutos da RTP . .  

É melhor não prometer...

De visita à associação CAIS, o secretário-geral do Partido Socialista, António José Seguro, prometeu hoje criar condições para acabar com os sem-abrigo numa legislatura. Há uns dias, declarara solenemente numa reunião partidária pública que não prometeria aquilo que não possa cumprir. Fê-lo hoje. Quem, pelos vistos, não conhece a complexidade do problema - a começar nas muitas causas e acabar nas idiossincrasias individuais - não tem condições para prometer tal coisa. .