PS: cara ou cara?

Cumpriu-se a votação, mais os costumeiros rituais de assumpção da derrota e de proclamação da vitória, das eleições primárias do Partido Socialista.
Pelos vistos, não se cumpriram as previsões de que simpatizantes (e por que não também militantes?) da aliança da direita (e até do PCP e do BE, houve quem deitasse o barro à parede...) iriam mascarar-se de simpatizantes do PS para votarem em Seguro, afastando o "perigo" de António Costa.
Não faltou quem, levado pelo entusiasmo participativo, carregou forte nas tintas do elogio à novidade que consiste em pôr a votar no futuro de um partido quem nele não milita, como se isso fosse um avanço e uma receita para a chamada crise dos partidos. O secretário-geral cessante teve mesmo a inspiração de dizer que este sufrágio foi "a melhor forma de comemorar os 40 anos do 25 de Abril".
Pode ser que a moda pegue noutras paragens, mas não augura grande futuro nem grande saúde para a vida interna dos partidos que a adoptarem.
Quanto ao mais, esperemos pelo desfazer da festa, quando a acção concreta e as opções em áreas e temas essenciais demonstrarem que isto não vai lá mudando apenas de caras. 
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