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A mostrar mensagens de setembro, 2014

A Europa incomoda-se por pouco

Noticiam hoje o JN e DN que S. Exas. na Comissão Europeia estão incomodados com o aumento do Salário Mínimo Nacional, aliás publicado hoje no "Diário da República", e ameaçam vir por aí abaixo puxar-nos as orelhas.  Pouco identificado com os formalismos e o valor de um diploma legal num país soberano, um funcionário declarou a esmola um "aumento temporário" e ameaça-nos com uma boa reprimenda. Se ao menos o "aumento" fosse coisa que se viesse. Vê-se bem que S. Exas. incomodam-se por pouco. .

Uma preocupação cívica

Como era de esperar, o dia seguinte às "primárias" do PS assistiu a redobradas loas à novidade e suspiradas manifestações de que a coisa se alargue "aos grandes partidos".  Independentemente de outras considerações, como a estranheza de ver entregar os destinos de uma organização a quem a ela não pertence, há uma preocupação cívica que já aqui expressei por mais de uma vez e que gostaria de repetir:  Longe de ser genuinamente democrática, tal "solução" para a "participação" dos cidadãos na vida política representa um grave risco de captura (ainda maior...) da democraticidade interna os partidos pelo sistema mediático e pela hipervalorização do espectáculo.

PS: cara ou cara?

Cumpriu-se a votação, mais os costumeiros rituais de assumpção da derrota e de proclamação da vitória, das eleições primárias do Partido Socialista. Pelos vistos, não se cumpriram as previsões de que simpatizantes (e por que não também militantes?) da aliança da direita (e até do PCP e do BE, houve quem deitasse o barro à parede...) iriam mascarar-se de simpatizantes do PS para votarem em Seguro, afastando o "perigo" de António Costa. Não faltou quem, levado pelo entusiasmo participativo, carregou forte nas tintas do elogio à novidade que consiste em pôr a votar no futuro de um partido quem nele não milita, como se isso fosse um avanço e uma receita para a chamada crise dos partidos. O secretário-geral cessante teve mesmo a inspiração de dizer que este sufrágio foi "a melhor forma de comemorar os 40 anos do 25 de Abril". Pode ser que a moda pegue noutras paragens, mas não augura grande futuro nem grande saúde para a vida interna dos partidos que a adoptarem. Quanto

O sonho da Reforma Agrária

A actualidade de uma luta luta e de uma convicção: Uma Reforma Agrária que liquide a propriedade fundiária e o absentismo, ponha fim à cultura do subsídio sem correspondência com a produção e entregue a terra a quem a trabalhe, a título de propriedade ou de posse, a pequenos agricultores e rendeiros, a cooperativas de trabalhadores rurais ou de pequenos agricultores ou a outras formas de exploração da terra por trabalhadores. Esse sonho nunca o abandonaremos, como não abandonaremos a luta pelo desenvolvimento destas terras do Alentejo, com a concretização de uma política capaz de combater a desertificação e o despovoamento crescente a que assistimos. Jerónimo de Sousa,  aqui .

Serviço público e bem comum

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Agenda. Uma importante e actual conferência nacional, de hoje a 15 dias. .

A gente vai aprendendo

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e já não dá para certos peditórios... .

Um pouco de pudor, por favor

A chamada Concertação Social (*) achou hoje (muito forçadas e muito artificiais) razões para festejar um "acordo" sobre o aumento do Salário Mínimo Nacional que já leva anos de atraso e se resume a uns escassos 20 euros, ainda por cima para vigorar até 2016 (pelo menos...). Um pouco de pudor com a celebração do embuste não ficava nada mal. Mas é com estas e com outras que os patrões nos levam a perna e o Governo alimenta a sua propaganda. (*) O acordo não foi subscrito pela CGTP, que denunciou ter sido excluída da recta final da negociação, pelos vistos numa antecipação do calendário negocial feita à revelia da maior central sindical.

03h29

Começou o Outono de 2014 . .

Salsicharia Coelho & C.ª, Lda.

A "chamada salsicha educativa" que, pelos vistos, só o primeiro-ministro português conhece, tornou o dia noticioso de hoje mais divertido, com blogueres e jornalistas a vasculhar a origem de tão misteriosa quanto inusitada expressão, especialmente quando o apodo nos é apresentado por Passos Coelho como coisa de todos conhecida... Anabela Natário aponta, no "Expresso" em linha, uma boa hipótese .  .  

"Vasco, nome de Abril"

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Agenda. E para que não se esqueça.

A vergonha da violência doméstica

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356 mulheres assinadas desde 2004; em 2014, até Junho, a estatística vai em 24 - uma média de uma mulher morta por semana. Os dados do Observatório das Mulheres Assassinadas (OMA), relativos ao  primeiro semestre deste ano, destacados hoje pelo "Expresso" deviam cobrir-nos de vergonha. Atentem bem neste dado: das 24 vítimas, 19 tinham ou tinham tido uma relação íntima com o assassino: eram ou tinham sido mulheres ou namoradas.  Ler o relatório integral aqui . .

Comissão de Inquérito ao caso BES e não só

O Parlamento esteve hoje muito bem, ao aprovar por unanimidade a proposta do PCP de inquérito parlamentar ao caso BES, com um objecto suficientemente largo para apurar factos importantes desde 2008 e as consequências futuras da intervenção do do Estado em curso, passando pelas responsabilidades das tróicas. .   

Uma canhonada no pé do PS

Consta que na bancada do Partido Socialista há mosquitos por cordas por causa das chamadas "propostas de reforma do sistema político" anunciadas e pelo seu secretário-geral e logo apresentadas na Assembleia da república, pelos vistos sem qualquer discussão interna. Dou razão aos que o acusam de demagogia e populismo e a acrescentaria irresponsabilidade infantil. Mas gostaria também de fazer notar que, verdadeiramente, António José Seguro e Alberto Martins apresentaram foi uma " proposta de deliberação " nos seguintes termos:   " 1.      A Assembleia da República delibera iniciar um processo de alteração à Lei Eleitoral da Assembleia da República com os seguintes objetivos: a)      Garantir aos eleitores a escolha do seu Deputado; b)     Reduzir para 181 o número de Deputados à Assembleia da República, sem distorção da representação proporcional das várias correntes de opinião; c)      Assegurar que todas as partes do território nacional tenha

O consenso já existe!

O Governo não cessa de encontrar desculpas para adiar a saída para essa obscenidade chamada Salário Mínimo Nacional, congelado há três nos míseros 485 euros. Ainda hoje veio declarar que espera encontrar o consenso entre os parceiros sociais. Mas não pode ignorar o amplo consenso na sociedade sobre o carácter imoral do congelamento e dos sucessivos adiamentos. .

Transportes colectivos

A criação de portagens de acesso às principais cidades como forma de dissuadir o transporte individual e diminuir as emissões de poluentes é uma discussão antiga, especialmente na Europa. Por muita simpatia ambientalista que a medida suscite, há problemas que é necessário resolver a montante, diminuindo a necessidade de transportes pendulares (casa-trabalho-casa) e criando atempadamente alternativas atractivas para as situações em que é necessário fazer deslocações. Quanto ao problema das deslocações pendulares, convém recordar que elas resultam do progressivo, drástico e grave afastamento entre os locais de residência e de trabalho e os serviços. A situação presente aconselha uma profunda revisão das políticas públicas de ordenamento e gestão do território, invertendo essa lógica predadora de tempo e de recursos. As políticas públicas devem assentar numa oferta adequada, em quantidade e qualidade do serviço, do material circulante, dos preços, do conforto e da eficiência

O país das trapalhadas

A plataforma de gestão de processos judiciais (Citius) deixou 3,5 milhões de processos para trás, mas o Governo afiança que está tudo bem. O Governo diz que o ano escolar arrancou com normalidade, mas a única normalidade que alunos, pais e professores vêem é a trapalhada do costume, a começar pela falta de professores ou pelo menos um atraso sério na colocação de docentes. .

Testemunhos de suor, sangue e lágrimas lavrados na pedra

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"Rilheiras" em caminho na Serra das Montedeiras, Marco de Canaveses Um dos vestígios mais impressionantes da actividade humana desenvolvida ao longo de séculos no território são as "rilheiras" deixadas pelas rodas dos carros de bois nas rochas dos caminhos rurais, que trepam montes sem fim. Dia a pós dia, num esforço brutal de homens e animais, numa rotina heróica, carregando pedras para afeiçoar caminhos, muros e casas; carregando matos e lenhas; carregando, enfim, o pão das magras searas escorrendo pelas encostas desbravadas em suor, sangue e lágrimas. .

Mudam-se os Bentos

A semana acaba com uma mudança de Bentos. Preocupa-me mais o significado, o alcance e as consequências do que se passa no banco da borboleta o rumo dominante da hipocrisia do Governo sobre este assunto gravíssimo. Impõe-se uma comissão parlamentar de inquérito para rigoroso apuramento da verdade, sem prejuízo da intervenção dos tribunais. .

Fanfarronices e belicismo

O presidente dos Estados Unidos decretou ataques aéreos no Iraque e na Síria contra os Estado Islâmico. Num discurso patrioteiro, não faltou a tirada digna de um western dos velhinhos: "se atacaram os Estados Unidos não terão onde esconder-se". Não é para rir. O que está em marcha é uma escalada belicista com problemas muito sérios.   .

Democracia preventiva e aliados ocultos

Pessoas que reputo de toda a credibilidade dão-me conta de que, em várias cidades importantes - e capitais de distrito... - , magotes de simpatizantes do PSD e da JSD se têm dirigido a secções locais do PS para se inscreverem como simpatizantes deste. O objectivo é, explicam-me, votar em massa num dos chamados candidatos a candidatos a primeiro-ministro (sei quem é, mas não digo o nome, por razões que escuso de explicar), a fim de que perca o adversário que simpatizantes-toupeiras consideram com mais força e mais credível para levar o PS a vencer o PSD nas próximas legislativas. O que me contam vale o que vale. Mas não podemos deixar de reconhecer que a mera hipótese de arrebanhamento de votos com o fim, não de escolher o melhor, mas de neutralizar o melhor, seria já um problema suficiente para questionar as famosas "directas" do PS e outras que outra gente defende. Para não chamar outros nomes mais feios, o que estará em marcha é uma espécie de democracia preventiva:

A insegurança do palpite

Esta guerra não é minha, que nem sequer sou eleitor do PS e tenho como certo que o PS não vai afastar-se das políticas de direita seja quem for que o lidere nos próximos tempos.  Mas sempre me causa uma enorme impressão que um candidato a candidato a primeiro-ministro venha dizer que apresentará a demissão se verificar que, ao contrário do que promete agora, não poderá governar sem ter de aumentar impostos, segundo confessou António José Seguro no debate desta noite com António Costa. Já sabemos que Coelho & C.ª prometeram baixar impostos e lá fizeram o contrário. Mas não me inspira confiança um tipo que quer governar mas não tem um projecto suficientemente pensado, estruturado e sólido para garantir que esse não será o seu caminho e que é capaz de inverter a marcha de desastre. É que isto não vá com palpites. .   

Cuidado com eles

A reserva da privacidade, a protecção dos dados sobre as pessoas e as suas vidas e as vidas das suas famílias, e o direito ao tratamento não discriminatório são valores e direitos fundamentais do regime democrático. Só pode ser antidemocrática a tentativa de fazer tábua rasa e mesmo de os violar, como esta , pelos vistos impedida (ou só dificultada?) a tempo. Mas é preciso esperar para ver como fica nos finalmentes...   .

Fwd: NÃO COMPREENDO...

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Replico-o como me chegou. Não vem mencionado o autor, a quem fico a dever uma vénia, mas vale a pena partilhar.  

As singularidades da Festa do "Avante!"

O slogan é acertado: não há festa como a do "Avante!". E dá umas quantas teses o estudo e a discussão sobre as múltiplas formas como é encarada (agora diz-se muito "como é percepcionada") como expressão política e cultural e, especialmente, como é tratada pelos media . Mesmo quando se lêem expressões como "é a maior festa do PCP". Só "do PCP"?... .

Ainda a campanha vai no adro

Não tenho nada a ver com a vida interna do PS, muito menos sou simpatizante ou antipatizante de qualquer dos contentores nessa invenção chamada primárias para escolher o candidato a candidato a primeiro-ministro. Mas estou a ficar farto do espectáculo indecoroso em que a coisa se tornou, nos chateia todos os dias e ameaça ficar pelo menos mais uma vintena de dias. E, dizem, a campanha nem começou... .    

Ocupação: administrador-de-boca-fechada

Confesso-me de boca aberta com a espantosa revelação do ex-administrador-não-executivo Nuno Godinho de Matos, hoje, ao jornal "i":  Em seis anos de mandato, entrei mudo e saía calado Eis um extracto significativo da entrevista: Os administradores fazem perguntas? Em seis anos nunca abri a boca, entrava mudo e saía calado. Bem como todos os restantes administradores. Quem é que falava? O presidente do conselho de administração [Alberto Pinto], que abria os trabalhos de acordo com a ordem, sujeitava-os a deliberação, e os funcionários do banco que iam introduzir os temas. Nem sequer o dr. Ricardo Salgado [vice-presidente] falava nas reuniões do conselho de administração, que é diferente da comissão executiva. Não havia perguntas não porque não pudesse haver, mas porque jamais alguém as fez. As reuniões são um mero pró-forma? No fundo é um pró-forma, exactamente. É algo que tem de existir para ratificar as deliberações nas questões fundamentais t

A competitividade destrutiva

A notícia de que Portugal subiu 15 posições numa coisa sinistra chamada Índice Global de Competitividade deixou eufóricos, mas muito cínicos, quantos acham que é necessário sacrificar mais ainda as vítimas do costume para encher ainda muito mais a pança dos do costume. A notícia do "Público" explica que o Forum Económico Mundial, que elabora o índice cruzando resultados de inquéritos a executivos (quem é que havia de ser?!) com estatísticas oficiais, dá-se por muito satisfeito com o "ambicioso programa de reforma" do país, cujo "mercado laboral mostra um aumento de flexibilidade, apesar de ainda continuar muito por fazer", pois "é preciso aumentar ainda mais a flexibilidade laboral". Esta manhã, o programa "Antena Aberta", da Antena 1, foi dedicado a este assunto. A abrir, o director do "Diário Económico" lá teceu as habituais loas às reformas e recitou, muito aplicadinho e pela enésima vez, a receita da urgência da flexi

Ciclo de Cinema: Caminhando para Abril ...

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Agressor sexual na zona

Suponho que ninguém duvida de que a agressão sexual a crianças é um crime repugnante. Esta certeza, mais do que convicção, é condição para gerar a maior indignação e a mais empedernida intolerância. Bastaria isso para encararmos com a maior prudência o problema da reinserção social dos condenados pela sua prática. Para muitos, as contas daqueles com a sociedade nunca estarão saldadas. E a ameaça permanece na vizinhança ou na família. Por estes dias, está em consulta aos "parceiros" um anteprojecto de proposta de Lei do Ministério da Justiça que visa a criação de uma base de dados de agressores sexuais condenados e com pena cumprida, mantidos entre cinco e dez anos, segundo a duração da pena.  É uma espécie de extensão administrativa da sanção penal e uma restrição de direitos muito preocupante. Mas não é tudo. Qualquer pessoa com responsabilidades parentais sobre menores de 16 anos pode obter um index privativo a partir dessa base de dados numa qualquer esquadra de

Reformar assim dá nisto

A ministra da Justiça e o Governo lá quiseram fazer a sua reforma do sistema judiciário. Fecharam tribunais, reestruturaram tribunais, fizeram a vida negra a funcionários judiciais, magistrados e advogados e privaram numerosas populações do acesso razoavelmente expedido à Justiça.  Foi um frete à tróica e uma aventura que já deu no que deu: a coisa não funcionou no primeiro dia e abundam as dúvidas sobre se funcionará algum dia, com tanta falta de meios, instalações e funcionários. .