Não se enredem, que vão arrepender-se
Seis breves notas de reflexão sobre a contaminação do "Jornalismo" pelas futilidades electrónicas:
- O facto de estar a bombar nas redes sociais uma brincadeira mais ou menos gira não a torna, por si, facto digno de notícia.
- O facto de umas tantas pessoas, circunstancialmente muito divulgadas no espaço público, praticarem este ou aquele acto e o fazerem constar nas redes não as torna necessariamente protagonistas de notícia.
- Há uma enorme e abissal diferença entre a curiosidade e o voyeurismo legitimado pela exposição nas redes e a mais elementar noção de interesse público.
- Nem tudo o que vem às redes sociais é peixe digno de servir na mesa dos cidadãos.
- É muito provável que muitos leitores, ouvintes e espectadores consideram que os jornalistas se interessam demasiado pelas vulgaridades e futilidades que "mexem" nas redes sociais e muito menos pelo que acontece na sociedade.
- É bem possível que venhamos a arrepender-nos ou mesmo a pagar com língua de palmo de tanto enredanço nas redes sociais e de tanto divórcio em relação à sociedade real.
E, por favor, não digam que isto é coisa de bota de elástico tecnológico. Isto é só a gente a conversar, antes que seja demasiado tarde.
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