Não se enredem, que vão arrepender-se

Seis breves notas de reflexão sobre a contaminação do "Jornalismo" pelas futilidades electrónicas:
  1. O facto de estar a bombar nas redes sociais uma brincadeira mais ou menos gira não a torna, por si, facto digno de notícia.
  2. O facto de umas tantas pessoas, circunstancialmente muito divulgadas no espaço público, praticarem este ou aquele acto e o fazerem constar nas redes não as torna necessariamente protagonistas de notícia.
  3. Há uma enorme e abissal diferença entre a curiosidade e o voyeurismo legitimado pela exposição nas redes e a mais elementar noção de interesse público.
  4. Nem tudo o que vem às redes sociais é peixe digno de servir na mesa dos cidadãos.
  5. É muito provável que muitos leitores, ouvintes e espectadores consideram que os jornalistas se interessam demasiado pelas vulgaridades e futilidades que "mexem" nas redes sociais e muito menos pelo que acontece na sociedade.
  6. É bem possível que venhamos a arrepender-nos ou mesmo a pagar com língua de palmo de tanto enredanço nas redes sociais e de tanto divórcio em relação à sociedade real.     
E, por favor, não digam que isto é coisa de bota de elástico tecnológico. Isto é só a gente a conversar, antes que seja demasiado tarde.     
.

Mensagens populares deste blogue

Jornalismo: 43 anos e depois

O serviço público de televisão e a destruição da barragem de Kakhovka: mais rigor, s.f.f.

O caso Rubiales/Jenni Hermoso: Era simples, não é?