A insatisfação suja

Para que não restem dúvidas de que a 12.ª avaliação do chamado programa de ajustamento ainda não está concluída (isso só acontecerá em Junho, segundo o comunicado da tróica CE/BCE e FMI), mas, sobretudo, para que fiquemos cientes de que o trabalho sujo ainda não acabou, atente-se no parágrafo que se segue (sublinhados meus):
"Com a conclusão do programa, é essencial que Portugal se comprometa a aplicar políticas económicas sólidas a médio prazo. As actuais condições económicas e financeiras favoráveis não devem conduzir a uma atitude complacente. Com base no consenso social e na resiliência demonstrada pelos portugueses durante o programa, seria adequado que todos os intervenientes na sociedade chegassem a acordo sobre as linhas gerais de uma estratégia para reforçar as perspectivas económicas de um crescimento e prosperidade auto-sustentáveis. Tal exigirá uma importante ruptura com o passado e um compromisso para uma mudança profunda e duradoura."
Não é por acaso que nos últimos dias o espaço público voltou a ser insistentemente povoado de recados quanto às exigências dos credores em matéria de legislação laboral. Ainda não estão satisfeitos.   
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