A gula patronal e despudor governamental

A coisa não pode ser dita de modo mais brando nem com outros nomes. O patronal quer reduzir a todo o custo os custos com o factor trabalho, atacando com toda a artilharia designadamente contra a retribuição do trabalho suplementar.
O Governo não se faz nada rogado e prepara-se para propor o prolongamento, até ao fim do ano da suspensão das regras das convenções colectivas de trabalho sobre esta matéria para impor a redução do valor que a sua sinistra Lei n.º 23/2012, de 25 de Junho, determina. Depois do Acórdão do Tribunal Constitucional que refreou (somente um pouco...) essa violência, chama-se a isto despudor.
Como era de esperar, o patronato, porém, está descontente: reclama o prolongamento da suspensão, não até ao fim do ano, mas por mais dois anos. A gula é grande e a força vai crescendo. Como já tem a regra da sobrevigência e condições para procurar matar a negociação colectiva, reclama um prazo de garantia.
Estejamos atentos!
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