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A mostrar mensagens de dezembro, 2013

Remendos em má fazenda

O Governo bem pode remendar-se quantas vezes quiser - e já vai em nove remendos - mas não remedeia a má fazenda de que é feito.

O Sindicato dos Jornalistas e as mudanças na Direcção da RTP

O Sindicato dos Jornalistas esclareceu hoje que não se pronuncia, nem deve pronunciar-se, sobre matérias da competência dos conselhos de redacção, como é o caso das mudanças nas direcções dos órgãos de informação. O SJ demarca-se, assim, de comentários atribuídos a uma porta-voz dos sindicatos representativos dos trabalhadores na RTP sobre a demissão de Paulo Ferreira e a sua substituição por José Manuel Portugal. Ler aqui o comunicado . .

Forte de Peniche, uma prisão fascista na rota de Abril

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Agenda

Balanços do ano

Não simpatizo com os balanços do ano. Estão sempre a desculpar o ano seguinte. . .

Albino Aroso

Em viagem pelo país real, ouço a notícia da morte do Dr. Albino Aroso. Surpreende-me. Era uma pessoa que faz falta ao país. Portugal tem para com ele uma enorme dívida, pelos extraordinários progressos em planeamento familiar e em saúde materno-infantil. .

Onde estaria a notícia?

O Presidente da República não enviou ao Tribunal Constitucional a Lei do Orçamento do Estado para 2014, o que não é propriamente notícia. É muito claro que se esperava que não o fizesse. Já fazê-lo sucessivamente, como alguns alvitram, seria verdadeiramente notícia. Não só porque não se coaduna com a sua forma de gerir estas coisas, mas especialmente porque teria de extrair consequências do chumbo a que levaria o seu gesto. E essa boa notícia Cavaco Silva não quer dar. .  

Oiçam como ele fotografa!

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Esta soberba fotografia é do João Paulo Coutinho e mostra como é profunda a injustiça do desaproveitamento do seu enorme e discreto talento. E mais outras há, aqui , que a confirmam. .

Rebelião pelos cabazes

Bem me parecia que aquela rábula de marketing, da oferta de um cabaz de compras a um desempregado voluntarista, protagonizada por uma cadeia de supermercados cujo dono passa a vida a debitar opinião em entrevistas em rádios, televisões e jornais, haveria de ter outros episódios . Ficará por aqui, a rebelião pelos cabazes dos desempregados, dos precários e dos trabalhadores do Pingo Doce? .

E que tal um plano xz?

Atenção, senhores jornalistas, editorialistas, analistas, comentadores, e toda a sorte de pessoas que bota faladura nas rádios, nas televisões e nos púlpitos, nos jornais e nos blogues: arranjem, por favor, com toda a urgência, outras maneiras de sugerir a necessidade, de reclamar, de apontar, de enunciar alternativas . Mas, por favor, deixem de pedir "um plano B "!  A vida não é tão pobre como pensam nem o território da análise, do debate, da imaginação e da formulação de alternativas é tão deserto como crêem (ou como desejam?...).  .

E ainda não é desta...

O Tribunal Constitucional não permitiu hoje que o Governo leve por diante mais uma medida brutal da sua campanha contra os trabalhadores.  Como era de esperar, muito antes do anúncio da decisão , já o Governo e a tróica tinham posto a funcionar os seus megafones das ameaças. Como era de esperar, o Presidente da República não extrairá lições nem consequências desta decisão do TC que ele bem sabia que seria tomada. E não será desta que o Governo será demitido. .

Um bom aluno prepara-se sempre para o pior dos piores exames

Regularmente, o país submete-se ao vexame da avaliação da Tróica internacional. Exultantes, resumidos à infantilizadora condição de bons alunos, destacados membros do Governo vêm dar conta da nota recebida. Positiva!, proclamam, enquanto os funcionários do FMI, da CE e do BCE advertem com severa benevolência para os "riscos" de mais declarações de inconstitucionalidade, bem sabendo (isto está tudo previsto e sob controlo...) que o Governo, bem comportado, logo há-de valer-se de outras medidas "de elevada qualidade"...

Da unidade abreviada de Esquerda

Noticia-se um movimento com vista a um "esforço unitário" da esquerda designadamente para as próximas eleições europeias, a 14 de Maio próximo, se não erro. Um dos problemas destes, digamos, movimentos, é a noção apressada e abreviada do conceito de Esquerda, bem como a precipitada e forçada análise quanto às possibilidades das reais e consequentes possibilidades de uma verdadeira unidade de Esquerda.  Uma verdadeira e consequente unidade da Esquerda só será possível com um movimento de forças genuinamente disponíveis e empenhadamente dispostas para uma profunda transformação da sociedade, em termos sociais, políticos e económicos. E é aqui que bate o ponto. :

Profissão: desempregado intermitente

Encontrei um talentoso camarada de profissão empurrado para o desemprego pelo capricho do lucro da empresa. Fez-me um breve e amargo ponto de situação da situação de desempregado intermitente. Frequenta compulsivamente um curso de formação em empreendorismo, escolhido à sorte. Durante o período do curso, recebe os subsídio de formação da praxe e está dispensado de responder a anúncios de emprego e das apresentações periódicas na junta de freguesia.  Durante esse período, também não consta das estatísticas do desemprego. .  

Cunhal em 100 palavras

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A Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto (AJHLP) apresentou hoje uma obra singular. Cem autores, de distintas origens e ocupações, uns comunistas, alguém até antes pelo contrário, escreveram sobre uma palavra sobre Álvaro Cunhal. Portanto, 100 palavras sobre.  Sendo apenas um em 100 (aqui fica a declaração de interesses) com um modesto texto relativo à palavra panfleto , sinto-me menos inibido para recomendar "Cunhal/Cem anos/100 palavras" pelo valor extraordinário das restantes 99 entradas de outros tantos autores, assim como da ideia e da cuidada edição. É obra. .   

Dever mural

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Rua de S. João, Coimbra, Dezembro de 2013

Quatro tópicos sobre os serviços públicos de Media

O Grupo de Comunicação, Jornalismo e Espaço Público (Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra) e a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra realizaram, ontem e hoje, o II Congresso Internacional de Comunicação  Jornalismo e Espaço Público, dedicado ao tema "Os desafios dos media de Serviço Público" - um tema de capital importância para a vida democrática e de enorme actualidade. Por amável convite da Organização, coube-me uma intervenção no painel "O Serviço Público visto de dentro", na qual: chamei a atenção para o facto de, além do seu significado intrínseco, o ataque aos serviços públicos de agência noticiosa, de rádio e de televisão se enquadrar numa ofensiva ideológica mais ampla aos serviços públicos;   partilhei algumas reflexões sobre a chamada abundância comunicacional e a ilusão de um pluralismo que está longe de verificar-se (a propósito, defendi a criação de um observatório do pluralismo, com a contribuiç

Um criticável portrait à trois e o insondável mistério do espaço público

A cerimónia de homenagem a Nelson Mandela dispensaria diversões. Não falo do gesto - espontâneo? - de Obama, de cumprimentar o presidente cubano, Raúl Castro, que mereceria ser simbolicamente associado às exéquias desse homem maior que tanto nos ensinou sobre a ética da tolerância. Falo da frivolidade dos gestos do mesmo Obama, da primeira-ministra dinamarquesa e do primeiro-ministro britânico, assaz divertidos no portrait à trois . As imagens do mais que dispensável momento lúdico dos três dirigentes tornaram-se virais por várias razões. As mais fúteis, pelo picante da reacção (apreensiva?, frustrada?, zangada?) de Michele Obama; as mais indignadas, porque esperavam circunspecção, sobriedade e "respeito"; as mais objectivas, pela perplexidade da inesperada infantilidade de três dirigentes que não poderiam, em circunstância alguma, em momentos destes, fazer as figuras que fizeram. Mas o caso também serve para reflectir sobre os insondáveis mistérios do espaço público e

Obrigado Chalana!

José António Pinto - Chalana para os amigos - , técnico de serviço social na Junta de Freguesia de Campanhã, no Porto, recebe hoje a medalha e ouro comemorativa do 50.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem instituída pela Assembleia da República. Inédita, ou pelo menos muito rara atribuída a um técnico de uma autarquia local, a distinção conduz os olhares não apenas para a pessoa que transitoriamente se torna o objecto da atenção, mas também, e sobretudo, para a condição secular daqueles que justificam a generosa e militante atenção do Chalana. Obrigado, Chalana! .  

Cem palavras sobre Álvaro Cunhal

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Compromisso para a mudança

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Realizou-se hoje, em Lisboa, uma importante reunião - a Convenção Democrática Nacional - na qual participaram três centenas de cidadãos empenhados em resistir e em transformar. Infelizmente, não pude estar presenta, mas partilho o compromisso nela aprovado:       Uma nova política para Portugal COMPROMISSO PARA A MUDANÇA   Convergência na acção de todos os democratas e patriotas por um Portugal soberano, desenvolvido e de justiça social No Manifesto ao Povo Português aprovado na Conferência Nacional, realizada no passado mês de Fevereiro, pode ler-se: «Nós acreditamos em Portugal e nos portugueses que amam a sua pátria, nos portugueses que deram “novos mundos ao mundo”, nos portugueses que não abdicam de fazer a sua própria História e não admitem que outros a façam por eles. Nós continuamos a alimentar o sonho de um Portugal soberano e desenvolvido onde valha a pena viver. “Eles não sabem nem sonham que o sonho comanda a vida.” Mas nós acreditamos que quando um homem s

Que foz política para Rio?

Nos últimos dias, multiplicaram-se as notícias sobre os mais variados alvitres quanto ao futuro político de Rui Rio. Podem ser úteis para agitar as águas internas do seu partido, mas desaguariam em mau destino para o país. .  

Peões na arena?

A Comissão Parlamentar de Defesa aprovou por unanimidade uma longa lista de pessoas a ouvir com urgência sobre os Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Em princípio, fizeram bem, mesmo recuando a 2000. Só se ganha em ouvir o maior número possível de pessoas ligadas à gestão e aos processos de privatização e a assim chamada concessão. Resta desejar que sirvam mesmo para esclarecer e contribuir para parar de vez este atentado à economia nacional. Como peões de arena no que também se anuncia como ajuste de contas entre as maiorias parlamentares alternantes. .  

Álvaro Cunhal: exposição do centenário no Porto

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Tenhamos paciência e aguardemos

É sabido: o Presidente da República requereu ao Tribunal Constitucional (TC) a fiscalização preventiva do diploma relativo à pretendida "convergência" entre o regime de protecção social dos trabalhadores da Administração Pública e o chamado regime geral. As razões do Presidente da República estão sumariadas no habitual comunicado oficial , o qual, como habitualmente, creio, não esmiúça os fundamentos do pedido. Suponho que é assim, também habitualmente.  Na semana passada, o Governo fez saber que enviou ao TC a fundamentação da medida, dando campo - evidentemente! - a que a Agência Lusa (e muito bem!) perguntasse formalmente ao Governo que fundamentação era essa. Sucede que o Governo veio hoje escudar-se num pretenso pedido de sigilo por parte do TC, pois é "sua firme orientação não divulgar publicamente elementos de processos pendentes". Das duas, uma: ou o Governo faz, por exemplo, como os deputados que requerem a fiscalização sucessiva das normas legais

Reprovas de professores

Ainda que eu mal pergunte: alguém fará o obséquio de explicar-me para que raio servem as instituições de ensino superior que formam e certificam pessoas para serem professores se, depois do crivo científico, ainda é necessário uma prova administrativa de avaliação de conhecimentos? Agradecido. É que a prova mais parece uma reprova... .
A bancada parlamentar do Partido Comunista Português (PCP) vai requerer uma comissão de inquérito ao estranho caso dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Faz todo o sentido. Ninguém compreende como é que o Estado não pode dar um milhão de euros para comprar matéria-prima para pôr os estaleiros a funcionar, mas pode gastar 30 milhões em indemnizações e receber sete pela concessão. Nem se compreende como é que uma empresa com um elevado passivo ganha a "concessão" dos estaleiros. .