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A mostrar mensagens de março, 2013

Da entrevista de Sócrates

O ex-primeiro-ministro e ex-secretário-geral do Partido Socialista deu ontem, à RTP, a entrevista inaugural do seu regresso à actualidade, digamos, política do país. Esteve igual a si mesmo e fez um ajuste de contas - com Passos Coelho, com Cavaco Silva e com o PS. Há uma tese na qual tem razão: a de que se até se pode aceitar que o PSD e o Governo podem discordar das grandes ideias dos governos de Sócrates (energias renováveis, Novas Oportunidades, etc., etc.), mas não podem é deixar de ter apostas alternativas nem de ter apostas e ambições para o país (por estas palavras, ou por outras aparentadas, com mais ou mesmos aspas). Na verdade, salta à vista que este Governo e esta Maioria não enunciam sequer, perante os portugueses, qualquer desígnio nacional, nem o mínimo desafio capaz de fazer mover um único músculo que seja à nação moribunda em que nos tornamos. E muito menos mobilizam energias, espevitam ânimos, para não falar de desafios e objectivos mais ousados. O problema de

Constituição da República, 37 anos

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Agenda. .

Censura ao Governo: a tróica nacional reagrupa-se?...

O secretário-geral do Partido Socialista já veio dizer, por estas ou outras palavras com o mesmo sentido, que, quando se apresenta uma moção de censura, é para derrubar o Governo. Uma das iminências do regime com mais - e até cirúrgico - palco mediático, Bagão Félix, aliás membro do Conselho de Estado, veio dizer anteontem, ou antes de anteontem, se não me engano, que muito provavelmente a melhor solução para o Presidente da República (concluo de memória...) seria a nomeação de um Governo integrado pelo PSD, pelo PS e pelo CDS. Feitas as contas muito rapidamente, a coisa faz sentido nas cabeças que não funcionam fora do círculo do costume: afinal, a tróica nacional reagruparia no Governo, com a vantagem de já ter como Programa de Governo o memorando de entendimento com a tróica internacional... .    

Óscar Lopes, o homem integral

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Óscar Lopes, um "homem integral", na feliz síntese de Jerónimo de Sousa (foto do sítio do PCP, com a devida vénia) Os telemóveis transportam este trágico sentido prático das más notícias. Uma mensagem de texto, simples e fraterna, várias vezes repetida, trouxe-me a notícia da morte de Óscar Lopes. Tive o privilégio de conhecê-lo e de com ele cruzar-me - por causa da minha profissão e também pelas andanças cívicas e políticas - E gostaria de ter sido capaz de elaborar sobre este intelectual comprometido e solidário, de uma firmeza robusta e exemplar a contrastar com a sua compleição tão franzina, a síntese feliz que Jerónimo de Sousa ainda esta tarde repetiu: a de "homem integral". O secretário-geral do Partido Comunista Português - o partido de Óscar Lopes desde 1995 - falava na sessão de apresentação da candidatura da CDU no Município do Porto, dedicando-lhe a primeira parte da sua alocução. Foi comovente: quando a concluiu, a assistência aplaudiu - de pé

Por que é que o director da RTP não deve ir ao Parlamento

Não posso deixar de reconhecer, em coerência com o que aqui escrevi ontem apressadamente e desconhecendo os desenvolvimentos posteriores, que, no plano da justa reivindicação do pluralismo da RTP, a pergunta do deputado Telmo Correia  “Porque é que quando um serviço público abre um espaço de opinião, ele se limita aos dois maiores partidos, como se os dois maiores partidos esgotassem o espaço de opinião pública?” faz todo o sentido. Mas já estou contra - como o está a Direcção do Sindicato dos Jornalistas - o requerimento do CDS-Partido Popular para que o Director de Informação da RTP vá prestar contas ao Parlamento.  Se o CDS-PP se sente discriminado, deve apresentar queixa à Entidade Reguladora para a Comunicação Social, que é a entidade com a incumbência constitucional de velar pela independência e pelo pluralismo da RTP, em vez de violar a garantia constitucional de independência dos meios de comunicação social do Estado perante o poder político.  Apesar de os Estatuto

Do pluralismo, a pretexto do regresso de Sócrates

Vão animados os torneios de petições electrónicas, de declarações de deputados e de comentários nas notícias e nos blogues, por causa do regresso de José Sócrates ao papel de comentador televisivo.  Como ainda não foi anunciada, salvo erro, a composição do painel de comentadores ao longo da semana, dispenso-me de comentar por ora a questão que realmente importa - a do efectivo pluralismo que lhe é exigível -, embora receie que os do costume continuem a não contar para este campeonato.

Quando a objectividade em Jornalismo depende do ângulo, ou do lado...

Desde que me lembro de discutir estas coisas, já lá vão mais de três décadas, que, em relação ao magno problema da objectividade  em Jornalismo, se coloca um exemplo clássico  do lead da notícia que relata confrontos entre polícias e manifestantes e vice-versa, ou entre manifestantes e polícias e vice-versa. Nesse exemplo, talvez demasiado simplista, numa notícia num jornal de esquerda, ou escrita por um jornalista de esquerda, o lead poderia ser A Polícia carregou ontem sobre (ou reprimiu) uma manifestação de...., em..., contra... causando... mortos e ... feridos ,  enquanto numa notícia num jornal de direita, ou escrita por um jornalista de direita, poderia ser Manifestantes contra... envolveram-se ontem com a Polícia, em... , que tentou repor a ordem, resultando dos confrontos ... mortos e ... feridos . Ainda usando o mesmo exemplo, havia quem experimentasse hipóteses mais neutrais, embora o exercício resultasse um pouco frustre. Se se tentava a possibilidade Políc

Paninhos quentes

Ao contrário do que defende o Prof. Doutor Freitas do Amaral , sempre me quer parecer que o que é preciso é devolver a palavra ao Povo e não ao PSD e ao CDS. Isto, a menos que o senhor Prof. Doutor nos demonstre que, independentemente das larguíssimas, profundas e violentas culpas que têm o primeiro-ministro e líder do PSD, Pedro Passos Coelho, e o talvez segunda ou terceira figura do Governo e líder do CDS-PP, Paulo Portas, os aqui referidos PSD e CDS não violaram - ostensiva e extensivamente - o Programa de Governo. O problema desta gente é continuar a andar com paninhos quentes... .

Vai haver bernarda da grossa no Chipre, não vai?...

Um acordo entre o Governo do Chipre e a Zona Euro para o chamado "resgate" estabelece que os depósitos bancários superiores a 100 mil euros paguem um imposto extraordinário de 9,9% e os depósitos inferiores a esta fasquia paguem um de 6,75%, o que pôs os cipriotas, em pânico, a correr a levantar o dinheiro através das caixas multibanco, mas as contas foram entretanto bloquedas. Ou é impressão minha, ou vai haver bernarda da grossa por causa deste confisco ilegítimo ?...   .
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Agenda. Dia 23 de Março - de hoje a oito dias - na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, uma importante sessão cultural evocativa do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal, cujo programa de comemorações pode ser acompanhado nesta nave .

Razões não faltam. Obviamente, devem ser demitidos

Descontaminados de qualquer enviesamento interpretativo por parte de jornalistas suspeitos, estes documentos , fonte original da confissão do desastre em que o Governo e as duas tróicas nos afundam, devem ser lidos com toda a atenção pelo Presidente da República, que deve extrair as devidas consequências. Obviamente, é necessário devolver a palavra ao Povo, já! .

Para fazer de conta

Tão candidamente como se as coisas funcionassem assim, o Partido Socialista terá escrito uma carta ao Partido Comunista Português e ao Bloco e Esquerda a "expressar a sua disponibilidade e abertura" para a formação de "coligações de esquerda" nos concelhos governados pela direita. Com a habilidade do costume, a dita carta foi alardeada mesmo antes de chegar às sedes dos destinatários.  E ainda quer ser levado a sério? .

Quando é que eles se demitem?

As provas do desastre e da ruína económica, financeira e social para que nos conduzem o Governo, as tróicas e as suas polícias continuam a acumular-se, confirmando-se hoje a grave recessão a que nos atolaram em 2012 - a pior depois de 1975. Não vale a pena andarem por aí a tecer loas ao adiamento do objectivo do défice por mais um ano que a tróica de intervenção nos terá concedido. Só há uma palavra de ordem: demitam-se, já!. .

Buscas ilegais a jornalistas: o que está em causa

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) divulgou esta noite um importante comunicado sobre um grave acontecimento: uma busca ilegal na residência de um jornalista freelance . Ainda que compreenda que alguns camaradas meus pretendam ir mais longe e que lhes diga algo mais do que o que consta do comunicado, sempre me parece que, mais importante do que saber-se "que processo é", é denunciar que processos (que métodos) foram usados.  E esses, não tenho - não temos - dúvidas, foram ilegais, como sinteticamente se explica no referido comunicado . .

Onde chegam as vozes da rua

O Presidente da República disse hoje que as vozes da manifestação de sábado "não podem deixar de ser escutadas". Tê-las-á escutado Cavaco Silva? .  

Sete ideias para acabar com o desastre da crise

Sete ideias para acabar com o desastre que se agrava cada vez mais: A imediata renegociação da dívida pública – nos seus prazos, juros e montantes. Um processo que envolve: o apuramento e a rejeição da componente ilegítima da dívida; a diversificação das fontes de financiamento do Estado; a anulação ou renegociação de contratos das chamadas Parcerias Público-Privadas; a assumpção de um serviço da dívida compatível com as necessidades de crescimento económico e criação de emprego. Uma proposta que ganha redobrada pertinência, num momento em que se assinalam 60 anos sob o processo de renegociação da dívida Alemã, com os resultados que se conhecem. O aumento dos salários, a começar pelo Salário Mínimo Nacional, das pensões e dos apoios sociais. Elemento não só indispensável para combater injustiças na distribuição no rendimento, mas também, como o principal factor de estímulo ao mercado interno e ao crescimento económico. A defesa e dinamização da produção nacional – na agricultura

Mudem de política e de governo, já!

Desde já declaro que não estou disponível para discutir números de participantes nas manifestações de ontem, nem outros aspectos que agora não vêm ao caso. Mas sempre me parece que foram de tal maneira significativas que o Governo e a maioria parlamentar de turno não devem limitar-se a repetir a lenga-lenga do reconhecimento do direito de manifestação e por aí fora...  O que é preciso é mudar de política, e já. E de governo, claro!! .

Ainda o caso Nuno Santos

Em aditamento a  esta nota de ontem, quero chamar a atenção para as importantes observações da Direcção do Sindicato dos Jornalistas acerca da deliberação da ERC no chamado caso dos brutos da reportagem da RTP dos incidentes de 14 de Novembro, bem como para a iniciativa de analisar e discutir as regras dos arquivos de imagens e sons não editados e de convidar directores de informação e membros de conselhos de redacção a colaborar na elaboração de recomendações, como se poder ler no comunicado de hoje . .