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A mostrar mensagens de dezembro, 2011

Prognósticos para 2012

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Cumprindo a tradição deste blogue e escapando à lógica da reprodução das previsões dos politólogos, analistas, comentadores e editorialistas para o ano que amanhã arriba, vejamos o que prognosticam os vetustos almanaques “O Seringador” (147.º ano de publicação) e “Borda D’Água” (84.º ano). Do “Juízo do ano” de 2012 respiga-se de “O Seringador”: "Quanto ao tempo, decorrerá por este teor: inverno áspero e violento, primavera temperada, estio abrasador e outono ventoso. Haverá abundância de trigo e cevada, bem como dos demais cereais; de vinho, azeite e mel será boa a colheita; não faltarão frutas; o mar dará peixe a potes, os gados, grandes e miúdos, proliferarão a esmo, o trabalho rareará cada vez mais devido à ganância sórdida dos grandes argentários: o comércio, a indústria e a agricultura continuarão a prosperar a olhos vistos; nascerão cada vez menos meninos e meninas, outros morrerão, e o mundo continuará a rolar, indiferente aos uivos de dor que se elevam deste mare m

A vigília da Capela do Rato

Há 39 anos, a 30 de Dezembro de 1972, um grupo de destacados católicos e outros militantes contra a guerra colonial iniciou na Capela de Nossa Senhora da Bonança, conhecida como Capela do Rato, em Lisboa, uma vigília de 48 horas, de reflexão sobre a a guerra injusta - para os povos colonizados e para os jovens que, de um lado e de outro das linhas, pagavam o severo preço das suas vidas pela trágica teimosia colonial do regime fascista. A jornada, que ficou conhecida como a Vigília da Capela do Rato e reuniu centenas de pessoas ao longo de dois dias de debates, foi violentamente interrompida pela polícia na noite de 31, fazendo inúmeros presos. Mas a repressão não conseguiu interromper o curso da História. Pelo contrário, aquela que é considerado  a iniciativa mais emblemática dos católicos contra a guerra colonial representou uma contribuição muito importante para a Revolução que, pouco mais de dois anos depois, fez pôr fim ao fascismo e à guerra. .  

O regresso das ilhas e dos bairros de lata

A nova lei das rendas, aprovada hoje pelo Governo e que seguramente vai passar na Assembleia da República, é uma ameaça a milhares de famílias que deixarão de ter condições para manter as suas casas, face ao evidente risco de apresentação de "propostas" desproporcionadas pelos senhorios. Trata-se de um novo novo problema, agravando as enormes dificuldades, e a já verificada impossibilidade em inúmeros casos, de acesso e manutenção da habitação que o aumento do custo de vida e o desemprego tem vindo a colocar a milhares de famílias que não conseguem pagar os empréstimos à habitação e as rendas altas a que muitas já estão sujeitas. O resultado será o regresso em força das "ilhas" nas cidades e dos bairros de lata. Os responsáveis pelo ressurgimento desta chaga têm rostos. Convém não esquecê-los. .

Alves Redol nasceu há 100 anos

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Agenda. Continua patente, até ao dia 11 de Março de 2012, no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, a exposição Alves Redol - Horizonte Revelado, integrada no vasto programa que a instituição tem vindo a dedicar às  comemorações do centenário do seu nascimento , que se assinala hoje, com uma sessão evocativa da qual se destaca o lançamento da edição fac-similada do "Cancioneiro do Ribatejo". Nascido em Vila Franca de Xira, em 29 de Dezembro de 1911, figura essencial do Neo-Realismo, de que é um dos iniciadores, António Alves Redol viveu comprometido com a causa do seu povo e por causa dela se comprometeu , sofrendo a perseguição e a prisão fascistas, mas colocando a literatura ao serviço da transformação . (Actualizada às 11.31) .     

1,3 milhões de tele-excluídos

O "Jornal da Tarde" da RTP1 emitiu, hoje, uma importante reportagem sobre um facto muito preocupante: pelo menos 1,3 milhões de portugueses que vivem na zona raiana vão ficar privados dos quatro canais de televisão portugueses, devido ao fim das transmissões em sinal analógico e à migração definitiva para a televisão digital terrestre (TDT), cujo sinal não vai chegar-lhes, a não ser por satélite, isto é, implicando custos adicionais significativos para os cidadãos. Na raia, e em particular no Minho, já brindada com a "compensação" de 40 canais em... espanhol (e galego) assegurada pela TDT do Estado vizinho, vai justa revolta e a RTP foi ouvir autarcas e populares de Merufe, concelho de Monção , sobre a exclusão desses portugueses do acesso a um direito universalmente garantido a todos os portugueses, em especial aos residentes no território nacional - continental e insular: o acesso às emissões dos canais portugueses de televisão, especialmente os canais de serviço

Ò patego, olha a neve!

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Torre, Serra da Estrela, na tarde de hoje Portugal encerra uma extraordinária rede de áreas protegidas e uma colecção infindável de paisagens que muitos portugueses - talvez a maior parte - desconhecem, ou não conhecem suficientemente bem. Talvez culpa de uma certa cultura, digamos turística, que instalou, alimenta e perpetua o paradigma dos extremos - praias "tórridas" (?!) no Verão e Serra da Estrela cheia de neve no Inverno. Não admira, por isso, o ar desolado com que os tourists portugueses chegam à Torre - seguramente o lugar menos interessante da Serra da Estrela, embora porventura o mais frequentado - em dias de Inverno sem neve, como o de hoje. Como baratas tolhidas por uma frustração súbita, vagueiam pelo recinto desnorteadas, como se a Serra se resumisse ao bilhete postal e não fosse muito, mas muito, mais - e durante todo o ano - do que a tristonha rotunda à volta da qual circulam à espera que o céu derrame o seu algodão de cristais. .

Amizade de SMS mínimos

Soube-se que, neste Natal, foram enviados muito menos SMS através dos telemóveis portugueses. Será que as crises refinam as dimensões das amizades? .

Feliz Natal, senhor dr. Vítor Gaspar

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Nesta entrevista do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, à "Revista Única" do "Expresso" de ontem, lê-se  Os seus colaboradores habituaram-se aos seus horários? Os horários são muito particulares. Eu começo a trabalhar muito cedo O que quer dizer com muito cedo? Quando estou sob pressão, quando tenho um conjunto de tarefas extenso para desempenhar, começo efectivamente cedo, por volta das cinco da manhã.Trabalho um par de horas. Por volta das 7h15 venho para o Ministério, onde chego por volta das 7h30. Procuro trabalhar até por volta das oito da noite, um voto que não sou capaz de cumprir todos os dias, mas, enfim, são os ossos do ofício. Quando estou menos pressionado, não trabalho antes de vir para o Ministério. Abdicou praticamente de tudo o que é a vida pessoal e familiar? A exigência é grande e o tempo que passo com a família reduziu-se bastante (...) Confesso que este discurso - simpático e fácil - do sacrifício pessoal dos altos cargos me incomoda. O qu

Espanha: retrocessos e anacronismos

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A vice-presidente do governo espanhol - a pelos vistos muito poderosa e de fidelíssima confiança Soraya Sáenz de Santamaría - anunciou hoje que o novo primeiro-ministro, Nariano Rajoy, vai mesmo cumprir a sua palavra e fazer regredir Espanha, revendo a lei da interrupção voluntária da gravidez, em vigor há menos de ano e meio. Ao ler a notícia, não pude deixar no significado profundo da media simbólica anunciada, no retrocesso que ela traduz e no anacronismo das posições que a enformam. E, em pensando em anacronismos, não pude deixar de recordar-me do ritual - tão anacrónico como incompreensível - da posse do chefe do governo. Justamente, ainda ontem o diário espanhol "El País" publicava uma expressiva fotografia de Rajov prestando o seu juramento diante do rei de Espanha e de um crucifixo sobre uma mesa ladeado por um exemplar da Constituição e por outro da Bíblia, imagem essa que sintetiza com eloquência esse anacronismo em dois elementos centrais - o regime monárquico e a

SJ rejeita despedimentos na Global Notícias

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) repudiou hoje  com veemência a forma como a Global Notícias está a abordar jornalistas e outros trabalhadores com vista ao seu despedimento, através de propostas de rescisão apresentadas como de mútuo acordo. .

Natal no Bolhão

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Eles comem tudo

Há algumas semanas, o presidente do BPI, Fernando Ulrich, dizia, e bem - e consta que os banqueiros, se não têm razão têm força - que não gosta de ver os funcionários da Tróica a dar conferências de imprensa dando-nos ordens. Ulrich tem toda a razão. Incomoda muito que, além da extrema violência do pacto de agressão leoninamente imposto pelo FMI, pelo BCE e pela CE, uma trupe de empregados seus se dê ao luxo de deixar publicamente as suas consignas ao governo do protectorado. Ainda hoje o senhor Thomsen veio dizer que é necessário "manter a mente aberta" para "adaptar" o dito pacto de esbulho dos portugueses a novas necessidades e que deve ser encontrada uma alternativa a uma decisão que o Governo não tomou, precisamente por ter adoptado uma alternativa (meia hora diária de trabalho à borla) - a redução da Taxa Social Única. E também hoje - calcula-se que por acaso... - se soube que, em nome da competitividade, o Governo vai "propor" amanhã o fim da bonifi

E não será possível mais baratinho ainda?

O ministro das Finanças do Protectorado da Troica anunciou hoje que as indemnizações por despedimento vão voltar a diminuir, passando para oito a doze dias por cada ano de trabalho dado à empresa. E não se arranjará nada mais baratinho? .

Serviço público de comunicação social

A Comissão parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação realizou, hoje, uma importante conferência , na qual defendi que o Serviço Público de Comunicação Social não é uma mera aquisição da Democracia, mas sim um dos seus pilares fundamentais. O que disse está aqui . .

Imprensa laica

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 Pormenores das primeiras páginas de hoje do "Diário de Notícias" e do "Público" Registo. Não tenho à mão nenhuma evidência estatística, mas tenho a impressão de que a Imprensa laica tem prestado uma crescente atenção às actividades da Igreja Católica e multiplicado entrevistas com membros da sua hierarquia. Nestas, há um traço recorrente muito interessante: as posições dos bispos sobre a situação do país e da Europa. À atenção dos sociólogos dos media , e talvez dos politólogos. .

A queda da Índia há 50 anos: o holocausto negado a Salazar

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Primeiras páginas do JN de 18 de Dezembro de 1961, dando as primeiras notícias da consumação da invasão, e de 19 de Dezembro, com a mistificação propagandística de uma resistência suicida que felizmente não aconteceu  Há 50 anos, na noite e na madrugada de 17 para 18 de Dezembro de 1961, tropas da União Indiana entraram nos territórios portugueses da Índia, numa colossal desproporção de forças militares que António de Oliveira Salazar reconhecera cinco anos antes (discurso de 30 de Novembro de 1954) ser imbatível e com uma legitimidade histórica que o ditador jamais reconheceria. Foi o princípio do fim do Império Colonial e o início de uma nova era para os povos submetidos ao jugo colonial português havia mais de quatro séculos e meio. Salazar sabia que a concessão da independência às possessões de Goa, Damão e Diu, legitimamente reclamada pela União Indiana desde a retirada da Grã-Bretanha, em 15 de Agosto de 1947, seria um precedente para a libertação dos outros povos. Só não sou

FW: Homenagem ao Prof. José Morgado, dia 17 Dez. 2011, em Alijó

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Agenda. A União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) promove hoje, em Pegarinhos, concelho de Alijó, uma homenagem ao Prof. José Morgado, antifascista exemplar e coerente.  Eis a informação que recebi sobre esta importante iniciativa:  José Morgado fez a escola primária em Pegarinhos e o primeiro e segundo anos do liceu em Favaios , que fica a cerca de 19 quilómetros da sua aldeia natal. Não se inscreveu no terceiro ano do liceu, por a família não poder arcar com as despesas necessárias, já que a localidade mais próxima onde o poderia fazer era Vila Real , a uns 60 quilómetros de Pegarinhos. Foram alguns dos professores que se encarregaram de tratar pessoalmente de garantir que o adolescente José Morgado prosseguisse os seus estudos, pois tinha-se revelado já um aluno excepcional. Esta história é relatada por aquele que seria o seu professor de Filosofia em Vila Real, Sant'Anna Dionísio , [1] que acrescenta: O rapaz […] foi, conforme se previa, um dos mais destacad

Tão democrata cristão como Bin Laden

O secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional (CGTP-IN), Manuel Carvalho da Silva é um homem que mede as palavras, mesmo quando o calor das circunstâncias e o entusiasmo das discussões (ou das grandes manifestações) poderia fazê-lo resvalar para tiradas mais "ousadas". Hoje, ao comentar o comportamento inaceitável do Governo, de enviar para a Assembleia da República uma lei através da qual pretende impor a sua vontade, imiscuindo-se entre a vontade negocial das partes , forçando os trabalhadores a trabalhar mais meia hora por dia, Carvalho da Silva não hesitou em classificar esse comportamento como fascista. E, ao comentar - se não erro (ouvi na rádio ao final do dia) - a insensibilidade manifestada pela circunstância de a discussão pública da proposta de lei ocorrer em plena época natalícia e ainda o conteúdo de uma intenção do Governo de diminuir os subsídios de desemprego, usou uma comparação que creio inesperada nele, dize

Escola de formação de políticos

O presidente da Câmara Municipal do Porto propõe, entre as suas medidas para a "credibilização" da Política, a criação de uma escola de formação de políticos. A ideia pode colher a simpatia dos tecnocratas e dos ingénuos. Mas, em democracia, é perigosa, pois tem subjacente o pressuposto do acesso de casta à política e não deixaria de gerar uma elite fechada sobre si, com risco de desvalorização definitiva da aprendizagem e participação cívica ao longo da vida e da legitimação democrática das escolhas. .

Comércio da intimidade

Diário. Participei hoje, como convidado, num interessante debate subordinado ao título "Mediatismo vs Privacidade", organizado por alunos do 3.º ano do Curso de Ciências da Comunicação do Instituto Superior da Maia (ISMAI), e tendo como colegas de mesa três ex-concorrentes dos reality-shows "Big Brother" e "Casa dos Segredos". No essencial, procurei reflectir acerca do facto de a indústria mediática do entretenimento ter gerado um comércio da intimidade - portanto, mais do que da "simples" privacidade! - com consequências por vezes dramáticas para a vida dos concorrentes e de familiares seus e de pessoas das suas relações e que levanta problemas novos, não apenas numa perspectiva jurídico-criminal, mas também, e sobretudo, de natureza ético-deontológica. Nesse sentido, procurei reflectir também acerca da responsabilidade dos jornalistas à luz de um preceito essencial do Código Deontológico - o 5.º - , segundo o qual o jornalista deve assumir se

Em defesa do "Público" e do Jornalismo

Acabei de subscrever o abaixo-assinado em apoio e solidariedade para com os jornalistas e outros trabalhadores ao serviço do "Público" que enfrentam mais uma ofensiva do poderoso grupo no qual o jornal se insere e que não quer perder uma gota que seja dos seus lucros e parece pronto a sacrificar o Jornalismo. Uma causa que vale a pena! .  

Más notícias para a Terra

Se os resultados da 17.ª Conferência de Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas foram pouco animadores, o anúncio do Canadá de que vai abandonar o Protocolo de Quioto - o instrumento internacional coercivo que impõe aos estados que o ratificaram a redução das emissões de gases com efeito atmosférico de estufa (GEE) - é uma péssima notícia para a Terra.  É certo que os Estados Unidos da América e a China, que somam mais de metade das emissões de GEE do Planeta, já há muito deveriam estar no clube dos países empenhados em suster e inverter o problema. E é certo que há quem acalente a esperança de chegar, daqui a quatro anos, a uma plataforma muito mais ampla. Mas Quioto constitui um programa de tal modo importante que não admite qualquer retrocesso. .  

E por falar em Educação...

... é estranha, desnecessária e mesmo estúpida a ostensiva, arrogante e ruidosa exclusão das estruturas sindicais dos professores da apresentação da reforma curricular do Ensino Básico . Como diria o outro, não havia necessidade ...   .

Deficiência comunicacional

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Desde que, esta manhã, ouvi na rádio uma notícia sobre o reforço das disciplinas de História e de Geografia, no âmbito da reforma curricular do Ensino Básico, fiquei na expectativa de consultar o documento integral.  Bem procurei o dito no sítio do Ministério da Educação e Ciência (MEC), mas a página com a informação sobre o "evento" resumia-se à rudimentar "notícia" da apresentação , ornamentada com os vídeos do dito "vento". Mas, reforma, nem vê-la.  Para se consultar a mesma é preciso fechar esta porta e ir a outras paragens, ao sítio oficial do Governo . Se se souber o caminho, ainda se chega lá rapidamente. Caso contrário, quando se alcançar o conteúdo da reforma, está a reforma feita e estarão a História e a Geografia esquecidas... .  

Solidariedade lusófona

Uma importante manifestação de solidariedade lusófona para com os jornalistas e o seu Sindicato chega-nos da longínqua Macau. A Assembleia Geral da Federação dos Jornalistas de Língua Portuguesa (FJLP) aprovou uma moção repudiando a ofensiva do Governo português contra os direitos dos jornalistas e a privatização dos serviços públicos de comunicação social.  .  

Declaração Universal dos Direitos do Homem

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 Eleanor Roosevelt, antiga Presidente da Comissão dos Direitos Humanos da ONU Imagem: ONU     Bom dia! Assinala-se o 63.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Adoptada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, através da resolução 217 A (III), de 10 de Dezembro de 148, teve de esperar até 1978 para ser publicada e entrar em vigor em Portugal. É escusado explicar que o seu conteúdo não colhia qualquer simpatia do regime fascista.   .

Sinais de preocupação: recuo continuado do PIB

Ao quarto trimestre consecutivo - o terceiro deste ano - o produto interno bruto (PIB) continuou a recuar. Agora, face ao período homólogo de 2010, diminuiu 1,7% em volume, uma redução ditada  pelo forte contributo negativo da procura interna, explica o Instituto Nacional de Estatística em destaque divulgado hoje . .

Preocupação

A Europa mergulha ameaçadoramente no caos. E o caos não se erguerá nada de bom. É do caos que emergem déspotas e ditaduras. Que fazer? .

Pontes para outro discurso

Sinceramente, a recorrente diabolização das pontes e das tolerâncias de ponto dos funcionários públicos incomoda-me muito. Quem insiste neste enfoque tão mesquinho e tão pequenino, a começar pelos governantes que regateiam uma sexta-feira pré-véspera de Natal e pré-véspera de Ano Novo, conhece pouco da vida e finge uma autoridade moral que chega a ser ofensiva. É um desabafo. E uma proposta de ponte para outro tipo de discurso. Já estou farto deste!  E façam o favor de desculpar o que diga de mal dito. .

Sobre o papel dos jornalistas na crise

O Sindicato dos Jornalistas voltou hoje a afirmar que a crise não pode ser pretexto para pôr em causa direitos dos jornalistas e outros trabalhadores da comunicação social e a lembrar a especial importância do Jornalismo como garantia da Informação como bem público. Em comunicado a pretexto do atraso no pagamento dos subsídios de férias e no anúncio do não pagamento dos subsídios de Natal na empresa Workmedia, editora da "Meios & Publicidade" e outras publicações especializadas, a Direcção do SJ destaca o papel especial dos media e dos jornalistas na discussão activa da própria crise. .

Um importantíssimo parecer da CNPD

Vai a gente a deitar-se a ver se descansa, e dá com as notícias de última hora a dar conta da superior declaração do ministro da Administração Interna, a proclamar como "declaração política" aquilo que é um importantíssimo e muito bem reflectido e ponderado parecer da Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD), sobre a grave deriva securitária que representa o projecto de proposta de lei de alteração à Lei N.º 1/2005, de 10 de Janeiro . Um assunto a acompanhar nos próximos tempos... .

Só agora?

A Autoridade Europeia de Mercados e Títulos anunciou hoje à agência noticiosa portuguesa Lusa que vai inspeccionar as principais agências de notação financeira a operar na Europa e que a ameaça da "Standard & Poor's" de rever negativamente o "rating" de 15 países europeus (Alemanha e França incluídas) anunciada ontem também estará sob a sua atenção. Só agora? Mas há tanto tempo que a coisa cheiro um bocadinho mal, não?! .

Portugal, um país oficialmente desigual

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Destaque ("Primeiro plano") no "Jornal de Notícias" de hoje Afinal, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, tinha razão, no passado Domingo, quando afirmava que "Portugal é um país onde a diferença entre os que têm muito e os que não têm nada é enorme". A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) mostrou que Portugal era, em 2008, o sexto país mais desigual e era nada menos que aquele onde, na Europa, as diferenças entre ricos e pobres são maiores. Mas Passos Coelho já não tem razão quando tenta fazer crer que responsáveis somos todos nós por esse fosso injusto que se alarga entre ricos e pobres. Infelizmente, comprovar-se-á quando a OCDE tornar públicos os dados deste ano, de 2012, de 2013 e... por aí fora. .  

A charada dos dois mil milhões de euros

Ainda a tempo. É importante ler o estudo de Eugénio Rosa sobre o mistério da entrega, pelos banqueiros, de dois mil milhões de euros a mais de fundos de pensões dos bancários.  .

Eles têm pressa

O anúncio, esta noite, de que uma agência de notação - a Standard & Poor's - poderá baixar, dentro de 90 dias, a notação dos únicos seis países da zona euro com a nota máxima ( Alemanha, a França, a Holanda, a Áustria, a Finlândia e o Luxemburgo) não pode deixar de inquietar. A notícia encerra (e encerrará?...) o dia em que a parelha Merkel-Sarkozy fechou o acordo para impor à União Europeia, e em particular aos países da zona euro, regras intrusivas - e mesmo destrutivas - das respectivas soberanias e alisa o caminho ao capital financeiro. É sintomático que a dupla tenha definido o prazo para um acordo sobre o novo tratado - proposto por ambos - "até Março" e que o presidente francês queira ver ratificado o tratado antes das eleições presidenciais e legislativas de 2012. Afinal, eles têm pressa. .

A indústria das emoções e das paixões e a liberdade de informar

No espaço de uma semana, entre um domingo e outro , os clubes de futebol voltam justificar severa condenação das suas condutas contra jornalistas e órgãos de informação. Altamente profissionalizados e constituindo até sociedades anómicas, os clubes da liga principal de futebol têm assumido que são um negócio - uma indústria, diz-se mesmo - e que são empresas. A menos que eu esteja mal informado, não consta que jornalistas e órgãos de informação sejam discriminados ou intimidados e agredidos noutras actividades económicas ou nas actividades de outras organizações. Será que a indústria das emoções e das paixões é - ou tem de ser - diferente? .

E não são todos comunistas recalcitrantes

Metade dos delegados ao Congresso da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) abandonou a sala quando o ministro dos Assuntos Parlamentares começou a falar.  Da parte que ficou, consta que uma metade vaiou várias vezes Miguel Relvas, que foi à assembleia magna dizer que, mesmo que as freguesias não queiram, a extinção de freguesias há-de ser feita, manda a tróica.  “Vamos ser claros. Esta reforma da Administração Local é uma exigência geracional e o Governo está determinado na sua concretização”, disse, citado pela Lusa.  A moção aprovada pelo Congresso rejeitou, porém, a proposta do Governo.  Consta que a maioria dos presentes não era composta por comunistas recalcitrantes. .

Acorrentados

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Rua de Gonçalo Cristóvão, Porto, Dezembro de 2011

Dia Internacional da Abolição da Escravatura

Ninguém será submetido a escravidão ou a servidão; a escravatura e o tráfico de escravos estão proibidos em todas as suas formas. (Artigo 4.º da Declaração Universal dos Direitos do Homem, adoptada e proclamada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas em 10 de Dezembro de 1948) Hoje é o Dia Internacional da Abolição da Escravatura, assinalando a adopção, em 2 de Dezembro de 1949, pela Assembleia Geral da ONU, da Convenção das Nações Unidas para a Repressão e Abolição do Tráfico de Pessoas e da Prostituição Alheia, através da Resolução 317 (IV) . A data está longe, porém, de ser uma efeméride simbólica. As Nações Unidas alertam  para os números das formas de escravidão moderna: 250 mil crianças exploradas como soldados em três dezenas de áreas de conflitos 700 mil mulheres, raparigas, homens e rapazes são anualmente objecto de tráfico transfronteiriço e reduzidos à escravidão 5,7 milhões de crianças submetidas a trabalhos forçados e a servidão por dívidas 1,2 milhões

1.º de Dezembro, o feriado defenestrado

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"Um cliché histórico. - Inauguração do monumento dos Restauradores, em 1 de Dezembro de 1886, vendo-se na tribuna o rei D. Luis" (foto e legenda in "Ilustração", n.º 24 , 1926) Bom dia! Estamos no primeiro dia de Dezembro de 2011.  Segundo os almanaques, este dia é dedicado a Santo Elói e comemora-se a Restauração da Independência, alcançada a 1 de Dezembro de 1640, quando, rezam as crónicas, pelas nove horas da manhã, os Conjurados acometerem o Paço e clamaram "Liberdade! Liberdade!" e outros ditos apropriados à época (tipo "Viva El-Rei D. João IV!" e coisas assim) e arremessaram da janela o secretário de Estado Miguel de Vasconcelos, consta que já crivado por pistolas e estocado por espadas patrióticas, defenestrando-se assim o traidor, para exemplo de intermináveis gerações e sacudindo do cachaço pátrio o jugo filipino. Servem estas palavras para recordar que consta que este é o último 1.º de Dezembro feriado nacional. Por sinal, o feri