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A mostrar mensagens de maio, 2011

Motivos fúteis

Os números impressionam sempre nas notícias. Por exemplo, o número de vezes que alguém faz algo negativo. E impressionam mais ainda se há alguma desproporção de números e de razões. Está sendo notícia, hoje, que, na tarde de sexta-feira passada, num jardim de Mem Martins, Sintra, uma rapariga de 17 anos golpeou 17 vezes, com um x-acto, uma amiga de 14 anos, deixando-a em estado grave. Um jovem de 21 anos tentou socorrer a vítima e foi também agredido. Tudo isto, consta, por causa de um telemóvel.  Antigamente, os autos de notícia da Polícia, registariam os motivos da agressão usando uma fórmula de estilo simples – “motivos fúteis”. Hoje, percebe-se que a fórmula é, como seria então, demasiado simplista. . 

Em defesa da água pública

Ao tomar conhecimento deste importante apelo em defesa da água pública , que também se decide no próximo dia 5 de Junho, ocorreram-me estas sábias palavras do Chefe Seattle: "Como se pode comprar ou vender o firmamento, ou ainda o calor da terra? Tal ideia é-nos desconhecida. Se não somos donos da frescura do ar nem do fulgor das águas, como poderão comprá-los?" Resposta do Chefe Seattle ao Grande Chefe Branco (1854), divulgada em 1977 pela Comissão Nacional do Ambiente sob o título "...Por Fim, Talvez Sejamos Irmãos!" (Versão de opúsculo sob o mesmo título, edição do antigo Instituto Nacional do Ambiente, s/data)   .

Balsemão já ameaça com novas leis laborais

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) acusou hoje a Administração da SIC de estar a pressionar os trabalhadores para conseguir adesões ao "Programa de Rescisão Amigável" que está em vigor até 17 de Junho, com a ameaça de recorrer a "soluções previstas nas anunciadas alterações da legislação laboral", se o resultado não for o desejado. .

Lamento, mas não sei o que é um senador da Democracia

Acabo de ouvir da boca do presidente do Movimento Esperança Portugal (MEP), Rui Marques, na RTP2, uma afirmação estranha em Democracia, que vou citar de memória mas creio fiel ao que ouvi: "O Eng.º Roberto Carneiro é um dos grandes senadores da Democracia em Portugal". A expressão "senador" vulgarizou-se em certas alturas e em certos meios, mas nunca percebi a sua legitimidade nem o que significa concretamente numa Democracia. Desconfio, porém, do significado que pretendem atribuir-lhe junto do povo. Aparentemente, serve para apresentar certas pessoas que, num determinado período da sua vida, tiveram uma intervenção política (ou político-partidária) e que foram tratar das suas vidas mas que, volta e meia, ressurgem (ou são recuperadas...) debitando opinião sobre assuntos importantes e cuja opinião - aparentando pairar acima de tudo e de todos, correntes ideológicas e partidos incluídos - nos querem incutir como decisiva e definitiva. .

Casino Portugal

CASA SEM SORTE Costumam chamar à Tríade Arco GovernaMental Anda a Roda Anda a Roda No Casino Portugal CIDADÃO-CHIP Diz-se que tem um País Teve direito a um Cartão Conseguiu ser Eleitor Nunca foi um Cidadão À BOCA DAS URNAS Na Morte tens uma Urna P`ra recolher os ossos Vê o que metes na Urna Quando és chAmado a votos EVITAR O SUPLÍCIO Atenção ao Edital Um Eleitor Avisado Põe a cruz no Sítio Certo P`ra não ser Crucificado ALERTA DA CNE Convirá Não Esquecer Os Eleitores são Culpados Escolhem Filhos da Puta Em vez de Bons Deputados De "Poemas de Megafone", de César Príncipe .

"Governo irritado"

Segundo o "Expresso" de hoje, o "Governo irritado" chamou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros o embaixador alemão em Lisboa, para manifestar o seu " desprazer e a surpresa" com as exigências da chanceler alemã, de que os trabalhadores portugueses (e os gregos e  espanhóis também) tenham menos férias e reformem-se mais tarde. Reza a notícia que o diplomata terá recebido, das mãos de não se sabe quem, um quadro comparativo sobre a idade da reforma no conjunto de países da OCDE. Sabe a pouco, não sabe? .

Acordo das tróicas não é inevitável

Ainda a tempo, e antes que seja tarde, a Resolução aprovada nas importantes manifestações realizadas anteontem pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional (CGTP-In): RESOLUÇÃO O ACORDO NÃO É INEVITÁVEL E NÃO É LEI! O programa imposto pela troika (FMI-UE-BCE), com submissão ou apoio do Governo PS, do PSD, do CDS, e do Presidente da República, consubstancia-se como um golpe de estado constitucional, um ataque fortíssimo à democracia e à soberania nacional, uma clara capitulação perante a ingerência externa, uma negação do desenvolvimento do país, um autêntico atentado aos trabalhadores (as) e ao povo. Este “Acordo” não é inevitável e jamais pode ser entendido como lei. Tal como aconteceu na Grécia e na Irlanda, este compromisso, agora ratificado pelo ECOFIN (Ministros da Economia e Finanças da UE), não só não responde a nenhum dos problemas estruturais do país, como os ignora e agrava ostensivamente.

Uma dúvida televisiva

Ainda não percebi por que razões os debates entre líderes partidários em período pré-eleitoral acabam sempre com um minuto de propaganda concedido a cada um dos contendores, mas calculo que tenha uma enorme importância, porque os senhores põem aquele ar grave e sério bustos falantes e aparece uma voz off a dar um recado como se fosse a última verdade derramada sobre as cabeças dos incréus espectadores.  .

Jornalistas, redes sociais e liberdade de expressão (2)

Tal como o Sindicato dos Jornalistas portugueses, já em Novembro de 2009 , o Sindicato dos Jornalistas de S. Paulo, Brasil, emitiu ontem  uma nota contestando a adopção de manuais para jornalistas nas redes sociais, que é uma moda que parece pegar de estaca e que importa combater.   .

Um abraço à Dalila

Mais um problema prático de jornalismo: o risco de largar repórteres à fúria de multidões. Aconteceu ontem à noite, em Braga: uma jornalista ao serviço da TSF foi insultada e intimidada por presumíveis adeptos do clube local, apenas porque estavam desagradados com o trabalho que a estação fez. Como sublinha o Sindicato dos Jornalistas, solidário com a repórter Dalila Monteiro , nada justifica o comportamento dos prováveis adeptos, que é evidentemente condenável. O meu abraço solidário à Dalila e à malta da TSF, certo de que procuraram fazer o melhor e mais imparcial trabalho. .

De joelhos em terra

Os patrões lusos já salivam tanto com o recado da chanceler alemã, falando num comício partidário, "exigindo" menos férias e reformas mais tardias para os trabalhadores portugueses, que meteram a soberania no saco e nem sequer esperaram um bocadinho, a ver se o Estado português, pela voz de quem de direito, lembrasse à senhora Merkel que Portugal não é coutada sua. É o que faz estar de joelhos em terra, venerador e obrigado... .

Uma sugestão no Dia Internacional dos Museus

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Celebrando-se hoje o Dia Internacional dos Museus , este ano subordinado ao tema "Museu e Memória", gostaria de deixar uma sugestão de visita a um dos museus de minha predilecção e que muito tem a ver com a memória que vai rareando, ou que se branqueia e apaga... - o Museu da Paz de Gernika . .

Sobre o que é um jornal

A propósito disto , há quase uma semana, disse isto: Pode discutir-se se podemos falar de verdadeiras publicações periódicas no caso de modelos de produção informativa em linhas de fabrico centralizadas para ser disponibilizada ao público sob chancelas distintas - ou "marcas", como sói dizer-se -, pondo em crise a sua própria identidade e arriscando a relação com os leitores.   Não será que, além de causas educativas, culturais e económicas que certamente estão na origem das quebras de vendas de publicações, a descaracterização e a despersonalização dos jornais – e falo da sua alma e não do seu espelho – estarão a contribuir também para afastar os leitores?   Um jornal não é uma mera e ocasional justaposição de textos e imagens, mas sim uma obra colectiva que tem identidade própria e com a qual os leitores se identificam.   Um jornal, como uma revista, é um ente único, irrepetível, com personalidade própria, cujo pulsar quotidiano flui da respiração e do sangue daqueles que c

SJ preocupado com fusão de secções na Global Notícias

A fusão das secções de Economia do "Jornal de Notícias" e do "Diário de Notícias" numa estrutura centralizada destinada a produzir a informação económica para diferentes órgão da empresa Global Notícias preocupa o Sindicato dos Jornalistas (SJ) . .

É melhor ouvi-los, pá!

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Pelos vistos, actuam pela calada da noite atingindo alvos muito determinados e sabem como transformar o seu valor simbólico em mensagem política. Não sei quem são, nem eles se importam (pelo menos para já) muito com isso. Mas convinha ler ao que vêm . Esta madrugada actuaram em 30 centros de emprego de vários pontos do país e deixaram uma mensagem inequívoca e justa: “Não queremos subsídios, queremos emprego!”: Exigimos dignidade. Exigimos que os Centros de Emprego sejam aquilo que o seu nome anuncia: locais que centralizam as ofertas de trabalho, onde os processos de selecção são efectuados por conselheiros de orientação profissional, públicos e qualificados, onde o cumprimento da legislação laboral impera, onde podemos encontrar apoio para a construção de um projecto de emprego e formação. Não aceitamos que sejam locais onde somos ameaçados, vigiados e fiscalizados como se não ter emprego fosse um crime que nos devesse ser imputado. Ler aqui o manifesto da acção de hoje. (Com a de

Não, não se pode andar nas dunas, mas...

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.. ... o pessoal não resiste a deixar a sua pegada na areia... .

Timor - olhos nos olhos - visto pelo JPCoutinho

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Agenda: até 17 de Junho, na Galeria Colorfoto , no Porto, uma exposição de fotografia de um repórter dos grandes e com quem tive o prazer e o proveito de fazer reportagens inesquecíveis, João Paulo Coutinho.  O JPC pode ser visitado  aqui , aqui , aqui e aqui . .

Efeitos do acordo com a tróica para ter em atenção

Revendo e agravando o PEC4, se for concretizado, o acordo com a “troika” vai: ü   T ornar ainda mais fácil e muito mais barato o despedimento, seja individual seja colectivo, prevendo o alargamento de motivos para o despedimento individual e reduz os valores das indemnizações; ü   Generalizar e agravar ainda mais a precariedade, expondo os jovens em início de carreira ao risco do despedimento fácil e barato e engrossando brutalmente o vasto exército de precários com trabalhadores despedidos; ü   Reduzir à pobreza largos milhares e milhares de pessoas, a maior parte das quais sem alternativas durante muito tempo (há mais de 200 mil desempregados de longa duração), pois limita a 18 meses o subsídio de desemprego e reduz o seu valor em pelo menos 10% a partir do sexto mês; ü   Passar a tributar em sede de IRS os subsídios de desemprego e por maternidade; ü   Congelar o salário mínimo nacional; congelar salários e pensões de reforma, diminuindo brutalmente os salários reais em período de e

O consenso como problema de cidadania

Um problema prático da cidadania – e também do jornalismo – é o consenso. O consenso não é necessariamente bom; pode ser desastroso. Sobretudo o consenso implícito: já tudo aparece tão inevitável que nem nos detemos um bocadinho a pensar na remota possibilidade de haver mais hipóteses, mais alternativas. E muito menos temos consciência da utilidade cívica de, pelo contrário, as colocarmos todas em discussão e de dessa discussão resultar uma síntese, uma solução melhor do que aquela que nos querem impor. É por isso que a Democracia vai fenecendo…

SJ volta a repudiar privatização da RTP e da Agência Lusa

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) voltou hoje a repudiar a privatização da RTP e da Agência Lusa anunciada no programa eleitoral do PSD, e sublinha importância estratégica para o país daqueles órgãos de comunicação social. .

Uma dúvida eleitoral

Se alguém fizer o favor de explicar, agradeço muito, pois ando muito confuso. Depois do dia 5 de Junho, vamos ter um governo ou uma comissão de aplicação do plano das tróicas ? Agradecido. .

Como boicotar "conferências de imprensa sem direito a perguntas"

Brevíssimo manual para boicotar "conferências de imprensa sem direito a perguntas": a) Não comparecer nas conferências de imprensa anunciadas com interdição de perguntas; b) Abandonar de imediato do local, se os jornalistas forem informados de que não poderão fazer perguntas; c) Não publicar as declarações que não possam ser objecto de perguntas ou, em alternativa, publicar as perguntas que os jornalistas pretendiam fazer e para as quais não puderam obter respostas; d) Não publicar qualquer foto, nem mesmo de arquivo e muito menos cedidas pelos organizadores das “conferências de imprensa”, se tiver sido impedido o acesso de repórteres fotográficos, deixando em branco o espaço a ela destinado. Ver as explicações aqui .  Ver .

A síndrome da gorjeta

Por princípio, por razões ideológicas e éticas não dou gorjetas. Se fiquei a gostar de determinado restaurante (por exemplo), é natural que o frequente mais vezes ou que o recomende. E é natural que o dono do restaurante se sinta compensado porque há mais pessoas a frequentar mais frequentemente e há outras a recomendar que o frequentem. Também me parece justo que os empregados ao seu serviço tenham a devida compensação – com salários justos, quero dizer, e condizente carreira contributiva para a Segurança Social, e subsídio de baixa adequado ao salário declarado, etc. etc., e, se for o caso, indemnização por despedimento, calculada em função do salário real, e subsídio de desemprego calculado pela mesma fórmula. Escuso de acrescentar, para esclarecer, que as gorjetas nada contam para as garantias enunciadas no parágrafo anterior e que, pelo contrário, diminuem a capacidade reivindicativa dos trabalhadores. .

Consenso alargado a quem?

Última hora (13h25): o ministro da Presidência acaba de saudar o "consenso alargado" sobre o acordo da tróica nacional com a tróica da ingerência a que alguns chamam ajuda. "Alargado"?! .

E se lhes troicássemos as voltas?

Tudo visto e lido, resumindo e concluindo: a tróica da usura internacional trocou as voltas e a tróica do Poder habitual em Portugal vai aplicar o PEC 4, revisto, aumentado e agravado, como estava previsto. A coisa é séria e não vale a pena fazer de conta que não sabíamos, quanto mais não fosse pelas imediatas declarações do líder do actual segundo partido da tróica do Poder alternante, instantes depois de o primeiro-ministro anunciar urbi et orbi o “pedido de ajuda”. A coisa é séria e também não vale a pena fazer de conta que não sabemos que há soluções alternativas. Há, mas só no dia 5 de Junho é que se sabe se o povo está disposto a trocar as voltas à tróica do costume. .      

Dia Mundial da Liberdade de Imprensa

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Hoje é o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Proclamada em 1993 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, acolhendo a recomendação adoptada pela 26.ª sessão da Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a celebração serve para alertar os cidadãos para as violações à liberdade de imprensa e para recordar aos governos os seus compromissos na defesa desta garantia, que radica no Art.º 19.º da Declaração Universal dos Direitos do Homem: Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão. Este direito inclui o de não ser inquietado por causa das suas ideias; o de procurar e receber e difundir, sem limitação de fronteiras, informações e ideias por qualquer modo de expressão . O dia 3 de Maio foi escolhido para assinalar o aniversário da “Declaração de Windhoek” , adoptada em 3 de Maio de 1991, no seminário sobre promoção de uma imprensa africana pluralista e independente realizado pela UNESCO em Windhoek, na Namíbia, mas

Vamos dar uma oportunidade ao pluralismo

O Sindicato dos Jornalistas difundiu hoje a sua habitual mensagem alusiva ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que se comemora amanhã, 3 de Maio. Trata-se de um importante documento, que concita mais uma vez as atenções para problemas que afectam as condições de produção dos media (como a concentração e a precariedade), e que chama a atenção para um problema a que a convocação de eleições legislativas antecipadas conferiu uma especial actualidade - a contribuição dos jornalistas para a democracia: Dia Mundial da Liberdade de Imprensa - Uma oportunidade para o pluralismo 1. Ao assinalar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa deste ano, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) sublinha a necessidade de reafirmação dos compromissos assumidos pelos estados-membros em matéria de liberdade de expressão, tanto através dos meios de comunicação social “clássicos” como através dos meios digitais. 2. Vinte anos depois da Declaração de Winhoek (Namíbia, 3