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A mostrar mensagens de julho, 2011

Zonas de exclusão

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Liberdade condicionada

(…) Uma coisa nos distingue dos árabes de que falou. Temos o que eles não têm. Liberdade. A liberdade está condicionada. Toda a comunicação social está nas mãos da direita. E está condicionada pelo sistema financeiro. (…) Mário Soares, em entrevista à revista “Única”/“Expresso”, hoje .

À espera do próximo "Expresso"

O ex-director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), Jorge Silva Carvalho, concede hoje uma entrevista ao "Diário de Notícias", em "resposta" às revelações do "Expresso" sobre a passagem de informações à Ongoing antes mesmo de deixar a secreta para tornar-se um destacado quadro deste grupo. Além de perguntas por responder, que certamente avivam mais o interesse parlamentar pelo caso, deixa duas acusações veladas: que as revelações do semanário poderiam resultar de violação da sua correspondência electrónica; e que as notícias em causa não só visam a sua liquidação pessoal mas também surgem porque há um conflito entre a Ongoing como accionista da Impresa e quem controla o grupo proprietário do "Expresso". Estou muito curioso em relação à próxima edição. Entre outras peças, seria muito útil que Silva Carvalho esclarecesse no próprio "Expresso" o que afirma. .

Palavras mágicas do equilíbrio social

Pronto, se querem boas notícias, tipo notícias de sonho, tipo notícias sobre o rating dos ricos lusos, basta introduzir num motor de busca as seguintes palavras mágicas: Fortunas mais ricos Portugal aumentaram 17,8. E agora, para perceber como é que essas notícias podem ser ainda mais fabulosas, concluindo como tudo isto está ligado, podem continuar a procurar com expressões como despedimentos, redução salarial, imposto extraordinário, etc. .

Fugas vão ser investigadas

A Comissão dos Assuntos Constitucionais da Assembleia da República vai averiguar as famosas fugas de informações das secretas. Ainda bem. .

Prognósticos, talvez antes do fim da legislatura

Calcula-se que seja culpa dos jornalistas , que percebem mal os recados e tal e coisa...  Ao segundo dia, segundo a agência Lusa amplamente reproduzida esta tarde nos meios de informação em linha, o novo secretário-geral do Partido Socialista veio admitir que, afinal, sempre poderá haver uma revisãozita da Constituição, assegurando que "continuará disponível para fazer aperfeiçoamentos" - o que quer que isso seja... Dito de outra maneira: se calhar, nem vai ser preciso esperar pelo fim da legislatura para fazer o prognóstico.

Prognósticos, só no fim da legislatura

Uma variável política está em jogo desde que o PSD ganhou as eleições e o CDS-PP foi alcandorado a seu suporte parlamentar e de governo: a conduta do PS num contexto de revisão constitucional, sabendo-se que a maioria PSD/CDS quer mexer profundamente na Lei Fundamental e que a revisão tem de ser aprovada por maioria qualificada de dois terços, a qual não faltou de resto nas sucessivas alterações... Segundo o "Público" em linha, a primeira promessa do novo secretário-geral do Partido Socialista, António José Seguro, feita escassos minutos depois do dobrar da meia-noite de hoje, foi a de, precisamente não aceitar nenhuma revisão da Constituição. A segunda, e isso vem já na na generalidade dos meios electrónicos, é a da instituição da liberdade de voto como regra. Nada disto me tranquiliza, porém. E já estou como o outro: prognósticos, só no fim da legislatura... .

Serviços secretos e problemas públicos

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O caso da manchete de hoje do “Expresso” não pode ficar pelo mero caso jornalístico que o primeiro-ministro arruma para um canto anunciando um inquérito a fugas de informação nas secretas. Esse é apenas um dos tópicos da nova investida do semanário, mas há outros que importa esclarecer – da trama que apanhou Bernardo Bairrão à privatização da RTP, passando pela circulação de quadros das secretas para um grupo privado, etc. Para quando um inquérito parlamentar? .

Amor de FMI

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Rua Formosa, Porto .

As votações são como o algodão do outro

Antes que o dia 21 de Julho de 2011 acabe, é preciso que fique registado que a bancada do Partido Socialista na Assembleia da República não perdeu hoje uma oportunidade soberana para mostrar de que lado está, agora que a Direita institucional prepara um ataque fulminante aos direitos dos trabalhadores, aliás no seguimento do encetado pelo Governo PS. Nem ao menos se pôs ao lado do óbvio e do justo, que é, simplesmente, isto: a discussão pública da revisão do Código do Trabalho não pode ser preterida, ou seja, tem de ser feita 30 dias antes da discussão parlamentar, pelo que não poderia continuar agendada para o dia 28. Porém, o PS votou ao lado do PSD e do CDS, e apenas cinco deputados socialistas (Alberto Costa, Ana Jorge, Isabel Moreira, Isabel Santos e Sérgio Sousa) tiveram a coragem de votar do lado certo e justo. As votações são como o algodão do outro - nunca enganam! .

Ajuda à Banca

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É sabido, consta das notícias: as tróicas - a internacional e a nacional - mais o Governo de turno estão a ajudar a Banca. Provas? Ainda hoje os jornais falavam num Orçamento Rectificativo para ajudar a Banca. Basta procurar num motor e busca vulgar - tipo, introduzir as palavras-chave mágicas. Basta assim: "ajuda à banca". Escusam de procurar palavras-e-ideias-chave como roubo dos salários, sobretaxa, aumento dos transportes, impostos e outras que tais. Ah! - e também não é preciso procurar despedimentos mais baratos e mais fáceis e outras palavras suspeitas. Como dizia António de O. S., está tudo bem assim e não podia ser de outra maneira . .

Situação no jornal "i" preocupa SJ

A Administração do jornal "i" está a impor aos jornalistas uma redução substancial de vencimentos e já dispensou um grupo de repórteres fotográficos. O Sindicato dos Jornalistas (SJ) denuncia a situação e acusa a Administração do diário de estar a violar direitos consagrados na lei e no Contrato Colectivo de Trabalho. .

Coisas que fazem confusão no caso Murdoch/"News of the World"

No caso "News of the World" (NoW) - escândalo das escutas telefónicas + subordonos a polícias + outra patifarias + etc. - há coisas que me fazem muita confusão.  Entre elas, avulta a de ninguém saber, segundo garantem os depoentes na inquirição parlamentar, que havia pagamentos a detectives e polícias e tal e coisa. Que diabo! - bem sei que o NoW tirava qualquer coisa como uns sete (ou mais) milhões de exemplares e que tais despesas seriam peanuts no orçamento da News International, mas alguém haveria de sancionar a despesazinha...  Assim como continua muito longe de esclarecer a promiscua relação de David Cameron com os senhores Murdoch - Rupert, o pai e líder do grupo planerário & James filho, chefe da filial britânica - e com a antiga directora do NoW, Rabehkah Brooks, entretanto promovida na subsidiária News International, assim como a escolha de Andy Coulson, ex-director do dito tablóide, para director de comunicação do primeiro-ministro. E, finalmente, e agora muit

O capote comprometido do Sr. Murdoch

O senhor Rupert Murdoch e o filho, James, compareceram hoje - intimados depois de terem declinado o convite - perante a comissão parlamentar britânica que está a inquirir o gravíssimo escândalo das escutas telefónicas, subornos à polícia, chantagem e outras patifarias feitas pelo jornal "The News of the World", que poderá afectar a uma escala ainda inimaginável o super-grupo planetário News Corporation. Em resumo, Murdoch disse nada saber sobre tais coisas e que a culpa não é dele mas das pessoas em quem ele confiou e nas que estas confiaram. Agora, depois de sacudir a água do capote, só tem a trabalheira de limpar o que está sujo - coisa pouca, porque afinal, argumentou, o polémico tablóide britânico recentemente encerrado por causa do escândalo representava apenas 1% dos seus negócios e os 200 trabalhadores uma insignificância no universo de 53 mil funcionários em todo o Mundo. Amanhã, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, comparece por suas iniciativa perante o Par

Repúdio por insultos inaceitáveis

Há linguagem vernácula que fica mal num adulto educado e bem formado. Num dirigente político, e além do mais deputado, é completamente inaceitável e não tem desculpa.  O secretário-geral do PSD/Madeira e líder parlamentar do PSD na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, Jaime Ramos, deve um óbvio pedido de desculpas ao jornalista Élvio Passos, pelos insultos inacreditáveis que lhe dirigiu hoje, e ao "Diário de Notícias" do Funchal, pela ofensa a um profissional ao seu serviço e pela discriminação praticada numa conferência de imprensa. Solidário com o Élvio Passos - a quem envio um forte abraço - e com a Redacção do DN/Madeira, sugiro a leitura da posição de repúdio estar tarde tomada pela Direcção do Sindicato dos Jornalistas: O secretário-geral do PSD/Madeira, Jaime Ramos, insultou hoje o jornalista Élvio Passos quando este, ao serviço do "Diário de Notícias" do Funchal, compareceu a uma conferência de imprensa daquela estrutura regional do PSD. O

O bruá mediático e político que falta no caso Bairrão

Noutros tempos, nada recuados, o caso da investigação das secretas portuguesas ao ex-futuro-secretário de Estado Bernardo Bairrão noticiada pelo "Expresso" teria merecido um justificado e imenso bruá mediático e político muito mais ruidoso do que aquele que tem sido registado nestes dias e não teriam faltado propostas de criação de uma comissão eventual para uma investigação parlamentar, etc., etc., etc... O "Expresso" noticiou e mantém - pela voz do seu director, Ricardo Costa, que é aliás co-autor da peça em causa - que o primeiro-ministro pediu elementos aos serviços de informações (diga-se: serviços secretos) sobre as actividades e negócios de Bernardo Bairrão. Por seu lado, o Governo - pelas vozes do próprio primeiro-ministro e do ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares - nega tal coisa. Ontem, o deputado socialista Vitalino Canas "admitiu questionar o Governo" e, hoje, o presidente do Conselho de Fiscalização de Informações da República Portug

Comentadores, especialistas e independência dos media

Problema prático de jornalismo e de cidadania: sempre que um jornalista recolhe uma opinião de um especialista ou cede o espaço a um comentador, é lícito (é exigível?!) apresentá-lo com a identificação das suas opções ideológicas, a par das suas credenciais técnicas, científicas e profissionais? Por exemplo - e quem dá este exemplo poderia dar outro -, quando se dá a palavra a um fiscalista para comentar uma medida fiscal do Governo, não se deverá indicar se o mesmo é da zona liberal, se é mais ou menos próximo da área do Governo, se é de Esquerda ou de Direita? Ou bastará dizer que é fiscalista e deixá-lo falar, percebendo logo os ouvintes, os espectadores e os leitores em que águas navega? E se se puser a falar apenas este - ou quem diz este, diz um que pense da mesma maneira -, ou porque não se teve a sorte, ou não se porfiou o suficiente para encontrar outro que seja de área diferente? Este debate ainda vai nos bastidores mas talvez seja inevitável fazer-se abertamente, em nome da

Sobre o discurso plebiscitário em Democracia

Não raramente, alguns protagonistas políticos, talvez para se furtarem ao debate democrático das suas ideias, talvez por insegurança, talvez por excesso de convicção, rematam as discussões com o argumento segundo o qual tal ou tal medida constava do programa eleitoral sufragado pelos eleitores, o que legitimaria a sua concretização. Este discurso plebiscitário, pretensamente legitimado pelo resultado eleitoral e infelizmente muito aceite pelo consenso implícito que se abateu tragicamente sobre nós, não traduz apenas uma visão redutora da Democracia - é mesmo antidemocrático. .

Pedido

Agradeço muito que não me venham dizer que o roubo do 13.º sob a forma de sobretaxa que o ministro das Finanças veio "explicar" hoje "não é simpática, mas é equitativa" e "justa"! .    

O direito de acesso à informação e privilégio de ser solidário

A Direcção do Sindicato dos Jornalistas tomou hoje mais uma posição de repúdio por mais um caso de discriminação de jornalistas e órgãos de informação a eventos susceptíveis de serem notícia (ontem, no Casino da Figueira da Foz, vários deles foram impedidos de cobrir uma sessão do ciclo "Conversas do Casino").  Mais uma vez, o SJ insistiu no apelo à solidariedade dos jornalistas e órgãos de informação que porventura sejam bafejados pelo "privilégio" de não serem impedidos, recordando-lhes o dever de se baterem pelo princípio segundo o qual ou entram todos ou não entra ninguém . Duas amigas que muito prezo já comentaram comigo que o apelo é "lírico", pois sabe-se que são difíceis - extraordinariamente difíceis mesmo - as condições no terreno para o concretizar, face às condições em que muitos jornalistas trabalham e à pressão da concorrência que manda à outra banda a solidariedade entre jornalistas e órgãos de comunicação social. Terão razão, as minhas ami

Uma desistência de Murdock "a pedido"...

O super-grupo de media News Corporation, do Sr. Rupert Murdock, não teve outro remédio senão anunciar que desiste (por agora?...) do fabuloso negócio que seria a tomada do controlo total do serviço de televisão por satélite BSkyB. No entanto, o governo andou a pedir-lhe - sublinhe-se: pedir-lhe - que o fizesse em pleníssima crise gerada pela confirmação do recurso (em que extensão e em que profundidade não se sabe ainda completamente) a métodos inaceitáveis de "investigação jornalística" por publicações do seu império mediático. É só para se ir percebendo o poder que os grandes grupos de media representam, pelo menos à vista... .     

Se não se põem a pau, a gente faz mesmo uma!

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Pichagem no Edifício 2 do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, Julho de 2011 .

Uma pergunta desinteressada sobre rating, governos e tal

Regressado de um outro planeta, para o qual naveguei durante longos dias devido a obrigações várias e ingentes, dei com uma pilha interminável, quase homérica, de notícias sobre a esforçada peleja que, com magnífica e exemplar galhardia, se trava em solo pátrio - e também sob o estandarte amigo e em extensos domínios da Grande Europa - contra esse monstro, essa verdadeira Hidra que são as agências internacionais de notação financeira que, sem dizerem água-vai, varreram a credibilidade da Pátria para a latrina da finança internacional. Fiquei perplexo, cá no meu modo de pensar, com tamanha berraria e com tão vigoroso fragor, em viril e patriótico desforço, contra o fero inimigo que, seguramente por artes demoníacas, intenta reduzir-nos à vil e mil - um milhão de vezes mil! - vergonhosa condição de lixo: Num repente, como se uma telúrica força convocasse fé, coragem, convicção e ciência, tanta e tanta gente se alevantou em armas - do Chefe do Estado ao modesto escriba, dos gabinetes das