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A mostrar mensagens de abril, 2011

O SJ saúda 1.º de Maio, pela defesa e reforço das conquistas de Abril

Mensagem do Sindicato dos Jornalistas para o 1.º de Maio:  O SJ saúda 1.º de Maio, pela defesa e reforço das conquistas de Abril 1. Os trabalhadores portugueses comemoram hoje o seu dia – o Dia Mundial do Trabalhador – que voltou a ser celebrado em plena liberdade há 37 anos, poucos dias depois da Revolução de 25 de Abril de 1974 que permitiu restaurar as liberdades e criar as condições para o reforço e a conquista de amplos direitos sociais e laborais – a dignificação da negociação colectiva, a criação do salário mínimo nacional e dos subsídios de desemprego, de férias e de Natal, o direito a férias e à reforma para os trabalhadores agrícolas, a instituição do Serviço Nacional de Saúde, entre muitos outros. 2. Trinta e sete anos depois de Abril, os trabalhadores portugueses estão porém ameaçados por novos e mais graves ataques, aprofundando a ofensiva contra os seus direitos realizada ao longo dos últimos anos, da qual são expressão maior o Código do Trabalho, o desemprego, a preca

Telefonia, telefones e... trabalho

Estrela Serrano teria completamente razão (e, no essencial do problema que coloca, tem) se não fosse o pequeno problema de, à hora a que decorrem os programas de "antena aberta", haver uma data de gente que trabalha, que está a trabalhar e não pode usar o telefone - nem para apoiar, nem para contestar, nem simplesmente para fazer perguntas -, a menos que tenha acesso fácil ao telefone da empresa e tempo bastante para usar essa prerrogativa da "participação". Problemas da vida real... .

Poupem a minha digestão sff!

Sabem o que faz almoçar num restaurante com televisores, à espera de ver como vai o Mundo real e o País real? Resposta do dia: levar com uma congestão "Real"! .

Delírio real ao minuto; a crise segue depois da boda

Vai delirante a manhã mediática. Até jornais de referência se afadigam a relatar, nas edições em linha, "minuto-a-minuto", o enlace londrino de dois jovens. Já trocaram alianças, já são casados, já se chamam duque e duquesa de tal, blá-blá-blá. É provável que até os gélidos enviados do trio da usura internacional estejam a seguir a coisa pela Rede e lá tenham rolado uma ou outra lagriminha enternecidas, interrompendo a fria análise das finanças lusas e a congeminação da consumação da intervenção externa que há-de furtar a milhares de jovens casais o direito a uma boda feliz. A crise segue dentro de momentos. Declaração de interesses: Viva a República! .

"Jardim, a Grande Fraude"

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Ribeiro Cardoso conseguiu apresentar hoje, na Livraria Bertrand – Dolce Vita, no Funchal, Madeira, o seu livro “Jardim, a Grande Fraude”, depois de ter sido adiada, por alegada falta de sala de última hora, a sessão marcada para o dia 12 de Abril, num hotel da cidade. Sobre a obra e o autor, duas notas: Primeira – O livro, que pretende radiografar e analisar o jardinismo, na sua génese, na sua circunstância e nas suas consequências, é obra de oficina honesta. Honesta, porque cuida de deixar clara a origem dos materiais utilizados no seu laboratório, abundantemente constituído por recortes de imprensa e bibliografia diversa, além do recurso a dezenas de entrevistas com personalidades, embora nem todas identificadas por razões de prudência. E honesta também porque não ilude ninguém: “não persigo a isenção nem a objectividade absolutas, mito e quimera que por aí correm para acalmar consciências, enganando-as”, anuncia na “declaração prévia”. Segunda – Este livro só poderia ser escrito por

Casamento "real" e excitação mediática

Tenho acompanhado com indiferença republicana o delírio mediático em torno de um casamento entre um jovem e uma jovem britânicos – ele apresentado como príncipe, ela apresentada como plebeia-porém-futura-rainha – que vai celebrar-se um dia destes em Londres. Eu julgava que havia coisas muito mais importantes e muito mais interessantes para ocupar o precioso tempo das televisões e para mobilizar os seus dispendiosos meios, assim como para preencher espaço tão escasso nos jornais. Mas engano-me, pelos vistos. Ontem à noite, num canal que não me ocorre qual seja, numa daquelas sessões em que os jornalistas derretem o espaço de antena mostrando intermináveis imagens da aldeia (ou seria uma cidade?!) mediática montada à volta do local destinado ao enlace dos prometidos e entrevistando-se uns aos outros, uma enviada de um canal de algures do Planeta dizia esta coisa singela: “são os media que estão excitados com o casamento real, porque os ingleses que eu ouvi nem por isso”. Ora muito bem,

Retrocesso civilizacional à Idade Média ou, vá lá, à Revolução Industrial

Em aditamento a este postal : Segundo adiantava a TSF esta tarde, o chamado grupo “Mais Sociedade” (ou um dos seus cérebros) também propõe que se acabe com os tribunais de trabalho e que os diferendos laborais se resolvam numa entidade independente.   E eu que julgava que não havia coisa mais independente do que um tribunal! Acrescentava a TSF que o grupo de cérebros económicos no qual o líder do PSD descansa a maçada de pensar as coisas políticas também propõe acabar com os recibos verdes e com os contratos a prazo. Como??!!... Como quando a esmola é grande, o pobre desconfia, lá desconfiei e a TSF explicou o truque: haveria um contrato único, sim senhor, mas o patrão poderia despedir quando quisesse, mesmo invocando uma figura que os patrões inventaram, que é a das razões económicas, para despedir individualmente. Estão a ver?! Resumindo e concluindo: se estas ideias passarem ao programa do PSD, significa que o poder económico dá mais uma passada no processo de captura do poder polít

As vítimas do costume

Uma das notícias do dia é a revelação, na edição de hoje do “Jornal de Negócios”, de que o “think tank” chamado “Mais Sociedade”, através do qual o PSD externaliza a discussão do seu programa eleitoral, tenciona propor mais um brutal ataque ao Estado social. Segundo antecipa o referido diário, esse grupo de discussão criado a convite de Passos Coelho e financiado pelo PSD, pretende propor que as pensões de reforma sejam penalizadas de acordo com o tempo em que os trabalhadores tenham estado desempregados. O objectivo é reduzir as despesas com subsídios de desemprego, explica o jornal. Tal proposta, que não aparece acompanhada por qualquer medida de protecção do emprego e de efectiva dificultação do despedimento, parece partir de uma premissa que de todo não se verifica – a de que o desemprego resulta da vontade do trabalhador. Mais: por desconhecimento indesculpável ou por cinismo condenável, ignora que, com muita frequência, inúmeros trabalhadores são despejados pelas empresas no dese

Não se faz perguntas chatas, viu?!

Outro! Parece que virou moda deputado tirar gravadores a jornalista... .

A Assembleia Nacional há 37 anos

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Há 37 anos, já o poder fascista estava em desgraça havia longas horas e ainda a Assembleia Nacional teimava na sua encenação institucional, tentando reunir-se como se nada se passasse. Só não teve quórum: O Sr Presidente: - Responderam à chamada 49 Srs. Deputados Não há número para a Assembleia funcionar em período de antes da ordem do dia. Antes de encerrar a sessão, nada acho de melhor para dizer a VV. Ex.ªs. do que recordar-lhes uma frase eterna. «Tal como noutra terra e noutras circunstâncias, muita gente espera de nós que cumpramos o nosso dever». Nesta confiança, nesta certeza, e na esperança que ma dita, marco sessão para amanhã, à hora regimental, tendo como ordem do dia a ordem do dia fixada para a sessão de hoje. Está encerrada a sessão. Eram 15 horas e 43 minutos Fonte: Diário das Sessões da Assembleia Nacional n.º 56, de 26 de Abril de 1974, relativo à sessão de 25 d Abril .

Abril na Avenida

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Agenda. .

Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor

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Hoje é o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor. Proclamado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e comemorado desde 1996, no dia em que se assinala a morte de dois dos mais importantes vultos da literatura universal – Miguel de Cervantes e William Shakespeare, a 23 de Abril de 1616. Com a celebração, a UNESCO pretende prestar homenagem ao livro e aos seus autores e incentivar todos, especialmente os mais jovens, a descobrir o prazer da leitura e a respeitável a insubstituível contribuição dos criadores para o progresso social e cultural. Assinalada numa época de profundas transformações tecnológicas que estão metamorfoseando as formas de apresentação do livro, a efeméride reveste um importante significado também num mundo que se agita e confronta com as suas contradições. Justamente, os livros “são os melhores mensageiros da tolerância”, observa a directora-geral da UNESCO, Irina Bokova, na sua mensagem alusiva ao Dia Mundial

"A Flor de Abril"

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Agenda. A flor de Abril, já se sabe, convencionou-se, é o cravo. Falo de Abril da Revolução. Portanto, é o cravo, mas é o cravo vermelho. Insisto no pormenor pelo significado profundo do símbolo e pelo ponto de partida da novidade editorial que amanhã dia 23, aliás, Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor, pelas 16 horas, é apresentada na FNAC de Santa Catarina (Porto). "A Flor de Abril" assim se intitula a estreia literária do jornalista ("Jornal de Notícias") Pedro Olavo Simões, destinada a contar às crianças o 25 de Abril e a lembrar aos pais que, afinal, a revolução sempre aconteceu e que trouxe muitas coisas importantes de que às vezes esquecemos...   .

SJ denuncia contratos espoliadores dos direitos de autor

Por ocasião do Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor, que se assinala no dia 23 de Abril, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) associa-se à campanha europeia de denúncia dos contratos espoliadores dos direitos de autor e exige remunerações justas para os jornalistas . .

Dormência pascal e Revolução

O país entrou em dormência pascal. Os intrusos do trio FMI-BCE-CE talvez gozem as delícias da Lisboa solar no aparente remanso polítco e na aparente demissão cívica. Deixai-os... Domingo à noite e segunda-feira durante o dia, é preciso encher as ruas, é preciso encher as praças, é preciso encher as avenidas. Nessa noite e nesse dia, o povo estará a festejar Abril – e a exigir que Abril se cumpra, sempre!   

Depois da troika, Schwarzenegger?

Transcrevo, sem comentários (desculpem o título...) e não replicando a fotografia da personagem referida infra (por respeito pelos direitos de autor), uma mensagem viral de correio electrónico que recebi de correspondente credível: Dio mio, come siamo cadutti in basso! (Meu Deus, como caímos tão baixo!) Schwarzenegger à la tête de l’Union Européenne ? Arnold Schwarzenegger aurait des vues sur la présidence de l’Union Européenne, rapportent les médias américains. À 63 ans, l’ancien « Monsieur Univers », d’origine autrichienne, s’interroge toujours sur son avenir politique et son entourage lui conseillerait de revenir en Europe pour se présenter à la présidence de l’UE, selon le magazine Newsweek. «Dans les prochaines années, l’Union Européenne va devoir se trouver un président de plus grande envergure, quelqu’un capable d’unifier l’Europe », a déclaré au magazine Terry Tamminen, l’ancien chef de cabinet de M. Schwarzenegger. «Les Français ne voudront pas d’un Allemand, et les Alle

"Ajuda externa" e neutralidade jornalística

Reparem bem: a generalidade dos media refere-se à intervenção do trio constituído pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), pelo Banco Central Europeu (BCE) e pela Comissão Europeia (CE) como a "ajuda externa". Basta acompanhar superficialmente as notícias para perceber que, no arco político, nem todas as forças consideram tal coisa uma “ajuda” e que, pelo contrário, pelo menos dois dos partidos representados na Assembleia da República qualificam tal coisa como uma ingerência e não uma ajuda. Este pequeno exemplo mostra com que eficácia os discursos dominantes ganham terreno num terreno – o jornalístico - cada vez mais acrítico e cada vez menos neutral do que pretende fazer crer. Como me ensinaram há já muitos anos, as palavras têm o seu significado, têm o seu peso, e têm as suas consequências… Ou seja, não há neutralidades grátis. .

Sim, há alternativas!

Sim, há alternativas! Renegociação imediata da dívida externa, quanto aos prazos, aos juros e aos montantes; Diversificação das fontes de financiamento; Concertação da acção com outros países vítimas da especulação financeira e do Euro; Aposta na produção nacional, na agricultura, nas pescas e na indústria, produzindo mais; Redução das importações, a par do aumento das exportações e da diversificação das relações comerciais. Não temos de capitular perante o trio da ingerência externa nem de obedecer à rendição do trio de cúmplices da “salvação nacional”! .

Ainda é preciso fazer mais entrevistas a Fernando Nobre?

Cheguei junto de um televisor, esta noite, no precioso instante em que Fátima Campos Ferreira (RTP) perguntava a Fernando Nobre se tinha decidido votar no PSD antes de Pedro Passos Coelho o convidar para encabeçar a lista (já agora, o que quer que isso signifique...) pelo círculo de Lisboa às próximas eleições legislativas. A resposta foi "não". Está tudo dito, ou é preciso esperar por mais entrevistas para perceber a dimensão cívica deste senhor que ameaça ser a segunda figura do Estado? .

Sobre as tretas antidemocráticas

Há muitos anos que perdi a pachorra para dar troco à conversa da treta antidemocrática segundo a qual não vale a pena votar, os políticos e os partidos são todos iguais, não fazem nada, blá-blá-blá… , e lastimo ouvi-la da boca de pessoas qualificadas e ocupando certas profissões. Vem isto a propósito de declarações de duas pessoas muito na ordem do dia – uma, Fernando Nobre, confirmando que tem uma visão muito estranha de democracia e de intervenção política; outra, António Marinho Pinto, revelando, confesso, uma noção de punição democrática que não esperava nele. O primeiro aceitou ser cabeça-de-lista por um partido (para o caso, não importa qual) com a condição de ser o próximo Presidente da República. Depois de ter afirmado categoricamente (“categoricamente, não!”, dissera) que jamais concorreria por um partido a um cargo político, veio agora dizer (entrevista ao “Expresso”) que aceitou sê-lo com a condição única e exclusiva de que será o próximo Presidente da Assembleia da Repúblic

Um hospital de mão estendida à caridade

Quando se está fora do país por uns dias, poucos que sejam, o primeiro impulso é procurar sintonizar o rádio do carro numa estação portuguesa à medida que nos aproximamos da fronteira. Como irá o país? Que notícias da crise e da penhora gigantesca ferrada pelo FMI, BCE & C.ª?... Esta noite, a primeira notícia que ouvi falava de um hospital público - a Maternidade Alfredo da Costa - que estendeu a mão à caridade dos utentes. Ao que chegámos! .     

Mensagem da Islândia a Portugal

Há uma mensagem viral sobre a nossa crise que convém ler. Aqui . .

A "Abrilada" de Botelho Moniz foi há 50 anos

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Há meio século, o país viveu sem saber, silenciada nos jornais, uma tentativa de golpe de Estado dentro do próprio regime que talvez tivesse mudado o rumo da guerra colonial que ainda estava no início. O pronunciamento do ministro da Defesa, Botelho Moniz, e outros governantes acabou no ridículo e o presidente do Conselho proferiu o decisivo grito de guerra. “Andar rapidamente e em força (para Angola) é o objectivo que vai pôr à prova a nossa capacidade de decisão”, declarou Oliveira Salazar numa comunicação via rádio e televisão, após a Emissora Nacional anunciar, pouco depois das 15 horas do dia 13 de Abril de 1961, a exoneração dos ministros da Defesa, general Botelho Moniz, cuja pasta foi assumida pelo próprio presidente do Conselho, e do Exército, coronel Almeida Fernandes, do subsecretário de Estado do Exército, tenente-coronel Costa Gomes, e do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Beleza Ferraz, e outras altas figuras. Enquanto começava a posse dos novos mem

Jornalistas, redes sociais e liberdade de expressão

Volta e meia, volta à superfície a tentação de refrear a liberdade de expressão dos jornalistas que utilizam as redes sociais para expor opiniões sobre assuntos que lhe interessam ou que interessam colectivamente outros jornalistas, outros trabalhadores e os cidadãos. Este caso mostra como vai a tentação de reprimir a livre defesa de direitos. A acompanhar. .

"Terminou o seu tempo, senhor deputado"

Consta que Fernando Nobre encerrou a sua página no Facebook por não aguentar a enxurrada de críticas à sua cambalhota. Ainda não foi eleito e já corta a palavra... .

A Democracia, "os principais partidos" e os discursos dominantes

Não queria ser aborrecido nem causar enfado escusado às minhas leitoras e aos meus leitores, às cidadãs e aos cidadãos em geral e às eleitoras e aos eleitores em particular. Mas gostaria de tomar-lhes uma breve porção do tempo precioso para chamar a atenção para uma estranha inovação semântica nos discursos e na narrativa da crise que muito me incomoda e que, salvo melhor e mais qualificada opinião, me parece nada democrática. Consiste, essa inovação, na introdução de uma figura política chamada “os principais partidos”, sem que alguém viesse autorizadamente explicar que figura é essa, com que critérios e com legitimidade tal figura nos é imposta no discurso dominante, seja no discurso dos políticos dominantes, seja no discurso dominante nos media . Felizmente, as tecnologias do capitalismo – que a gente pode pôr ao serviço da luta de classes (valha-nos ao menos isso!) – ainda nos permitem um arrimo para mostrarmos sem grandes delongas ao que vimos. Basta, para o caso, escrever entre a

Desta água beberá, afinal, Fernando Nobre

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, anunciou hoje que o candidato presidencial Fernando Nobre aceitou ser o cabeça-de-lista por Lisboa às eleições legislativas de 5 de Junho. Desta vez, é fatal: Fernando Nobre vai mesmo ser político profissional, não sei se a contra-gosto . Afinal, Nobre também não pode dizer desta água não beberei . A opção não me surpreende. .

Ajuda externa e soberania nacional

Se alguém tinha dúvidas quanto à capitulação de Portugal, Estado soberano, que representa uma ajuda externa como a que nos querem impor, o comunicado do conselho de ministros das Finanças do Eurogrupo e do ECOFIN não deixa dúvidas de que o PEC 4, estrondosamente e democraticamente chumbado na Assembleia da República, é a moeda de troca. O problema está, agora em capitular ou resistir. .

Contra a privatização da RTP, sempre!

Está em curso, mais uma vez, uma intensa campanha contra as empresas públicas. E, mais uma vez, lá surge como alvo privilegiado a Rádio e Televisão de Portugal (RTP), em relação à qual o Partido Social Democrata (PSD), ou alguns sectores do PSD, tem mostrado uma obsessiva predilecção privatizadora. As manifestações dessa predilecção e a óbvia intenção de passar à prática, se o PSD ganhar as próximas eleições legislativas, ou se tiver influência no – ou sobre o – próximo governo, exigem uma resposta clara: a rejeição! Hoje, mais uma vez, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) disse de forma muito clara o que pensa há muito e muitas vezes tem afirmado, ainda que poucas vezes escutado: os serviços públicos de rádio e televisão constituem garantias constitucionais dos cidadãos e uma exigência da Democracia insusceptíveis de privatização. Em comunicado distribuído esta manhã , o SJ torna claro que os objectivos e as obrigações dos serviços públicos de rádio e de televisão comportam, inclusivament

Sobre a crise e o discurso dominante

O discurso dominante tenta convencer o país da inevitabilidade da chamada “ajuda externa” a qualquer preço, indiferente ao gigantesco esbulho de recursos nacionais e ao reiterado sacrifício dos sacrificados do costume – os trabalhadores e as famílias. O discurso dominante faz de conta que não ouve as alternativas nem as discussão sobre as razões de fundo do estado a que o país chegou. Apesar de obliteradas do discurso dominante, as alternativas existem e têm sido apresentadas, ainda que não por quem seja aceite. Talvez por isso não são projectadas nem ampliadas. Se estivesse aqui a pedir contas – e bem poderia! –, bastaria chamar a atenção para o singelo exemplo do perdão de impostos perpetrado pelo Governo, com a conivência da direita do costume, em relação à PT , cujo valor está muito próximo do montante da dívida pública colocada ontem em leilão nos mercados , para demonstrar com ele (e há outros!) que o Estado pode e deve recorrer a fontes internas de financiamento Por ora, seria s

SJ reclama compromissos dos partidos

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) desafiou hoje os partidos concorrentes às eleições legislativas de 5 de Junho a inscrever nos respectivos programas respostas aos principais problemas que afectam os jornalistas e a assumir o compromisso da defesa dos serviços públicos de rádio e de televisão. .

Exortação, Revolução

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Inscrições, sobreposições, exortação e Revolução. .

Assis e as greves

Esta noite, um deputado da Nação queixava-se, num debate na SIC-Notícias, dos trabalhadores das empresas de transportes que "estão em greve há vários dias prejudicando a vida de milhares e milhares de pessoas”. Coisa, asseverou ele, que “seria impensável num país como a Suécia”, pois esta coisa das greves dos transportes são “graves sinais de irresponsabilidade (e) supremacia dos interesses particulares, por mais legítimos que eles aparentem ser”. Ora bem, com tamanha leitura do exercício das liberdades pelos trabalhadores, ficamos esclarecidos sobre o que pensa sobre as greves e o sindicalismo o líder parlamentar do Partido Socialista, Francisco de Assis de sua graça.  

Rating da vida real

O Manuel apareceu-me perturbado ao almoço. Ontem à noite, de regresso a casa, encontrou, inapelavelmente colada numa parede do átrio de entrada do prédio, a notificação da execução da penhora do apartamento de um vizinho. O Manuel é um tipo sensível. Do caso do João tinha a incómoda memória da dívida relapsa ao condomínio, reiteradamente tratada nas assembleias de condóminos vai numa data de anos. Chocou-o ser confrontado assim, de repente, com um caso que nem era o seu. “No fundo, os bancos têm-nos sempre na mão”… Ouvi o Manuel dividido entre a atenção devida mesmo às minudências da vida de um amigo de décadas e a torrente noticiosa que o televisor despejava: a agência de rating tal baixou Portugal nas notações; os bancos cortaram hoje o crédito ao Estado; desde Janeiro, mais de quatro mil pessoas pediram ajuda à DECO devido a sobreendividamento… De facto, os mercados têm as pessoas e os Estados na mão. Se as pessoas não têm mão no Estado nem o Estado tem mão nos mercados... .

Fintas do vereador

Até ontem ou hoje, o país não sabia quem é Aristides Sousa. Sabemos agora que o senhor vereador da Câmara Municipal de Viana do Castelo existe porque anunciou a sua demissão pelo Facebook e deixou os jornalistas e a autarquia sem explicações durante um dia, numa partida de 1 de Abril. E depois?  .

Ambivalências

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As pessoas e a publicidade. .

Comentadores: poucos e derrotistas

Em menos de uma semana, duas personalidades importantes chamaram a atenção para dois vícios dos comentadores que nas televisões comentam a crise (e outras coisas, pois muitos deles comentam tudo). António Hespanha observou, no programa Prós e Contras, da RTP, que eles pertencem a um leque ideológico muito estreito; Mário Soares considerou, ontem à noite, num debate no Porto, que eles são derrotistas. Se eles o dizem...   .

Negócios espirituais

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"Fazem-se limpezas espirituais". E às carteiras também. .

Control+

Duas notas e uma reflexão muito sumária sobre literacias. 1.        A “manchete” sobre a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições legislativas antecipadas, de um diário gratuito de hoje, maciçamente distribuído nas estações dos metros de Lisboa e Porto e em pontos estratégicos de várias cidades, é esta: Control+Alt+Delete 2.       Na mesa atrás de mim no restaurante, ao almoço, três jovens discorrerem acelerada e alegremente (acho bem a parte da alegria) sobre vários e dispersos assuntos, incluindo vinhos (tirando quatro ou cinco disparates) e informática. Retenho a parte em que um deles conta que viu duas gémeas envergando t’shirts com os seguintes dizeres: uma, Control C A outra, Control V Ambas as mensagens têm piada em círculos restritos; ambas definem sobre o universo no qual se movem os autores; ambas enunciam as suposições que os autores fazem sobre o universos aos quais se dirigem. Suponho que não sabem que, na vida real, para milhares, centenas de mi