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A mostrar mensagens de dezembro, 2010

SJ advoga inconstitucionalidade da Lei do Orçamento

A Direcção do Sindicato dos Jornalistas (SJ) enviou hoje aos grupos parlamentares pedidos de audiências urgentes, para lhes apresentar a sua posição sobre a inconstitucionalidade da Lei do Orçamento do Estado que o Presidente da República promulgou ontem. Ler mais aqui . .

Prognósticos para o ano de 2011

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Prognosticam o "Seringador" (no 146.º ano de publicação) e o "Borda d'Água" (no 83.º), nos respectivos "juízos do ano", para 2011, um Inverno longo e frio, com pouca chuva; uma Primavera ventosa; um Verão escaldante, diz o primeiro (que antecipa um "ano seco e estéril de mantimentos"), mas bastante húmido, prevê o segundo; e um Outono fresco (e seco, acrescenta o segundo). Os prognósticos para a agricultura são negros, prenunciando escassez de trigo, azeite, mel e vinho, mas anunciando porém abundância de frutas. No reino animal, o "Borda d'Água" adverte para a "elevada mortandade" entre as ovelhas, enquanto o "Seringador" anuncia que "o mar dar-nos-á - valha-nos isso! - peixe que farte". Quanto ao resto, os prognósticos são aterradores. "Saturno* traz destruição, fome, carestia, inquietação, miséria, angústia e tristeza", prognostica o mais novo dos folhetos, enquanto o decano explana a

Sobre o caso Ensitel vs. Maria João Nogueira

O caso Ensitel versus Maria João Nogueira é para ser seguido com interesse, pelo essencial que ele coloca em debate: o questionamento do paradigma do Estado de Direito que situa nos tribunais a resolução dos conflitos por novos métodos - no caso, um diferendo entre um cliente e uma empresa e vice-versa vazado no espaço público - que projectam a querela, de forma irrevogável, muito para além da esfera judicial e derrubam inapelavelmente as paredes dos tribunais, lá onde, segundo nos ensinaram, as partes em confronto buscam "a paz jurídica". Aditamento: Vejam bem como Maria João Nogueira termina o seu postal de ontem sobre este assunto: 5 - A única coisa que pretendo, é que me deixem em paz (e aos meus posts). Nem mais, nem menos. .

Sobre a noção presidencial de Estado social

No debate desta noite, o candidato Manuel Alegre acusou duas vezes o candidato Cavaco Silva de integrar um "projecto político de esvaziamento de esvaziamento do Estado social". O candidato Silva reagiu com a acção do Presidente da República que ainda é, respondendo que tem apoiado e incentivado as instituições de solidariedade social e que "não é por acaso" que os presidentes da União das Misericórdias e da Confederação das IPSS apoiam a sua candidatura e que até apoiou a iniciativa da associação dos hoteleiros em distribuir aos pobres restos das refeições. Perguntado sobre o mesmo assunto, pela repórter da RTP, nos momentos pós-debate, afirmou mesmo: "Fui o Presidente da República que mais apoiou as instituições de solidariedade social". E... tanto assim é que os presidentes, etc. Que parte da expressão "Estado social" é que Cavaco Silva não percebe? .

Dabate Cavaco vs. Alegre: ganharam os mercados

O candidato Cavaco Silva pensa que não se deve andar a "insultar os nossos credores", isto é, o capital financeiro internacional "que nos empresta dinheiro" (e vão ser necessários "biliões de euros" no próximo ano, sublinhou) e que se deve acalmá-los e por isso, como Presidente da República, contribuiu para a viabilização do Orçamento do Estado. O candidato Manuel Alegre diz que há um "poder desproporcionado dos mercados financeiros em relação aos estados democráticos", que o PR deve fazer ouvir a sua voz e enviar mensagens e que "as políticas de austeridade não são o melhor caminho", mas "seria muito pior (...) ficarmos sem orçamento". Quem ganhou o debate? Os mercados. .

As surpresas da deputada

De uma entrevista da deputada Assunção Cristas (CDS) à "Notícias Magazine" (19/12/2010) em leitura atrasada: . - Quando chegou ao Parlamento o que mais a surpreendeu? - Fiquei muito surpresa por não se baterem palmas aos deputados dos outros partidos quando concordamos com o que dizem. Cada um bate palmas aos seus. É uma praxe da casa.

República e Resistência

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Agenda. Continua patente ao público, por escassos dias, no Centro Português de Fotografia (antiga Cadeia da Relação do Porto) a exposição "Resistência" , uma importante realização do Centenário da República. A não perder. .

A estranha obsessão de Fernando Nobre

O candidato Fernando Nobre não se tem cansado de espadeirar contra os "políticos profissionais", especialmente nos debates televisivos, elegendo-os como inimigos (quase, vá lá...) mortais. Um homem que tem as qualificações que ele tem e que fez o percurso que ele fez - que aliás não se cansa de repetir, nem de tentar capitalizar - não precisa de alimentar uma obsessão preconceituosa tão primária. .

Natal dos sós

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Logo hoje,

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... a ameaça do Apocalipse, apanhando os desprecatados automobilistas em pleno entusiasmo natalício. Estranha noção de oportunidade, a destes propagandistas.   .

Máquinas de Música

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Agenda. Ora façam o favor de aproveitar as férias de Natal e não deixem para o último dia. Continua patente ao público, até ao dia 27 de Fevereiro*, no Museu da Música Portuguesa - Casa Verdades de Faria , em Cascais, uma amostra da preciosa colecção particular de Luís Cangueiro . * Não liguem à data que consta no belo convite que recebi. Devido ao êxito da mostra, a exposição foi prolongada. .  

A democracia de bancada é fixe

Os debates eleitorais televisivos são o desporto mais democrático: cada bancada sai convencida da vitória da sua equipa e todos os veredictos dos comentadores acerca do vencedor são credíveis. A democracia de bancada é fixe. .

SJ quer impedir cortes salariais na RTP, na Lusa e no "Jornal da Madeira"

Começando a cumprir o que anunciou , para impedir os cortes nos salários dos seus representados na RTP, na Lusa e no "Jornal da Madeira" impostos pela Lei do Orçamento do estado para 2011, o Sindicato anunciou hoje que pediu ao Presidente da República que vete o Decreto da Assembleia da República que aprovou o OE ou peça ao tribunal Constitucional a fiscalização preventiva do diploma. .   

Leituras e posições sobre o WikiLeaks

Há dias, fiz aqui uma leitura (despretensiosa, juro) de alguns pormenores que despertaram o meu interesse na "espreitadela" que o "Público" foi dar à cave secreta do "El País", onde uma elite de jornalistas ungidos se afadiga na interpretação sigilosa dos telegramas diplomáticos que o WikiLeaks anda a despejar. Tão sigilosa e tão estranha que, sem prejuízo de muitas e mais diversas leituras que certamente existem, me suscitou uma apreensão quanto a um elemento fundamental que dela releva: a erosão na camaradagem na Redacção do jornal, que resulta, não apenas de um excesso de reserva e de cautela, mas sobretudo de uma absoluta e grotesca descofiança e de um doentio secretismo que o texto de algum modo denuncia. Estava longe de imaginar que tal leitura, nem como a hipótese que ali coloco de que "essa cave de rumores tenha escavado um bom pedaço a camaradagem entre os jornalistas", representaria uma tomada de "posição" em leitura "di

A casamento e a baptizado...

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(Recorte do "Público" de hoje) "A casamento e a baptizado não vás sem ser convidado, a não ser que estejas em pré-campanha eleitoral." (Ditado popular português, adaptado)

De chapéu na mão

O "Jornal de Notícias" publica hoje uma notícia sobre a revolta dos presidentes das câmaras de Matosinhos, Maia e Valongo contra a REFER, que alegadamente não cumpriu um protocolo para a reactivação e dinamização da linha ferroviária entre Ermesinde e Leixões. Nessa notícia, há um pequeno trecho que deve ser relevado: "Faro de não ser atendido pelo presidente da Refer, a quem quer pedir explicações (...), Guilherme Pinto acusa-o de 'assumir uma atitude autista de falta e diálogo' e de 'prepotência'. 'Nem sequer em tempo para atender o telefone. No mínimo, é alguém que não sabe as regras de cortesia', ataca o presidente da Câmara de Matosinhos". Por outras palavras, todos estes anos depois do 25 de Abril, ainda há autarcas de chapéu na mão a implorar o favorzinho de serem atendidos! .

A câmara secreta do "El País"

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Venho chamar a atenção para a magnífica estória no "Público" de ontem, no suplemento "P2", de cuja capa reproduzo o fragmento ao lado, de minha inteira responsabilidade (quanto à delimitação do fragmento, claro). Abre-se e encontra-se um texto distribuído pela área de um buraco da fechadura através do qual o jornalista Nuno Ribeiro nos ajuda a "espreitar" para aquilo que misteriosamente intitula "Na sala do  Projecto C ". O texto (a coisa é tão secreta que nem fotos parece haver) conta como os directores dos cinco jornais seleccionados pelo WikiLeaks para darem credibilidade aos 251 mil telegramas diplomáticos mais ou menos classificados se entenderam entre si e com o referido sítio para divulgarem os ditos telegramas (data da erupção mediática incluída). Mas conta-nos também a mise en scène no seio do próprio "El País" e os cuidados conspirativos necessários à grande operação do século em que uma equipa especial mergulhou durante lar

Mário Soares também achará que se deve suspender a democracia?

Segundo uma "breve" publicada hoje pelo "Jornal de Notícias"*, o antigo Presidente da República Mário Soares considera que as eleições presidenciais "interessam relativamente pouco" face à crise que os portugueses enfrentam. Então suspende-se a democracia e faz-se seguir o mesmo Presidente, ou espera-se que saia um na rifa? * A referência é aleatória: há breves idênticas noutros jornais e prseumo que a notícia original seja da Lusa. .

Dia Internacional das Migrações

Hoje é o Dia Internacional das Migrações - uma efeméride aproveitada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para alertar para a necessidade de proteger os direitos de 214 milhões de trabalhadores migrantes internacionais no mundo, recordando que "apenas 44 estados ratificaram a Convenção sobre Trabalhadores Migrantes depois da sua adopção em 18 de Dezembro de 1990, e praticamente todos pertencentes ao mundo em desenvolvimento". Trata-se de uma das mais baixas e mais lentas ratificações de um instrumento internacional, o que representa "um entrave efectivo à protecção dos direitos humanos de todos os migrantes", sublinhou a alta comissária das Nações Unidas para os direitos do homem, Navi Pillay. Portugal, cuja população imigrante já representa mais de 4,5% e que é ele próprio fonte de emigração, é um dos países da imensa maioria de estados que não ratificou a convenção. "Os migrantes contribuem para o crescimento económico e para o desenvolvimento humano, en

Despedimentos: afinal quem encomendou o sermão?

Voltemos à notícia do "Diário Económico" que no postal imediatamente abaixo tratei e passemos às declarações do ex-presidente da CIP e actual presidente do Conselho Coordenador para a Internacionalização, Francisco Van Zeller. Também ele considera que "a iniciativa do fundo não vai dar em nada" (e se ele o diz, quem sou eu para o contrariar?!), por representar "um encarecimento da mão-de-obra", que - agora sem aspas no jornal, mas transcrevendo-o - nem sequer vai ao encontro das necessidades das empresas.  E segue-se esta afirmação espantosa: "Nunca ninguém se queixou do custo de despedir". Ora, se um influentíssimo patrão dos patrões diz que eles, os patrões, jamais se queixaram dos custos dos despedimentos, por que carga de água é que o Governo veio dizer que é necessário, é urgente, é mesmo candente, "reduzir o risco de custos de reestruturação empresarial" (cito do comunicado do Conselho de Ministros) e "diminuir o

Despedimentos: e se forem mesmo à borla e não mais baratos?

Quarta-feira à noite, o primeiro-ministro, os patrões e a UGT anunciaram terem chegado a "acordo de princípio" sobre a tenebrosa medida da redução dos valores de indemnizações em caso de despedimento. Os patrões, principalmente, desfaziam-se em sorrisos. Pois bem, parece que as coisas estão a andar para trás. Despedir mais rapidamente e mais barato, está bem, dizem os patrões. Mas, agora, pagar o fundo para comparticipar os encargos com as indemnizações, é que está fora de questão para os patrões, segundo noticia hoje o "Diário Económico". Ao contrário do que chegou a ser noticiado (que o fundo teria subvenções públicas), a ministra do Trabalho, reiterada ontem pelo secretário de Estado do Emprego, veio dizer que tal fundo resultaria (já posso escrever no condicional, não?) de reservas que para o efeito as empresas iriam constituindo e não de "nenhum contribuição pública". Ora, o negócio não interessa ao patronato. O presidente da Confederação do Comércio,

Um jornalista contagiante

Carlos Pinto Coelho foi um dos jornalistas portugueses mais marcantes e a quem o jornalismo e a cultura ficam em dívida.Entre outros méritos, conseguiu para a informação cultural um importante espaço entre os interesses do grande público.Era um profissional que exercia o jornalismo com alegria, entusiasmo e paixão contagiantes.Foi vitima da injustiça nunca reparada da extinção do seu magnífico programa "Acontece". Presto-lhe a minha homenagem, também, certo de que nos ensinou muito - sobretudo a amar o jornalismo. .

Capitulação sindical

Confesso que ainda estou em estado de choque. Segundo leio nos noticiários em linha, a UGT terá dado (o condicional é meu, na esperança de que a notícia seja falsa) o "acordo de princípio" às novas tenebrosas medidas contra os trabalhadores aprovadas hoje pelo Governo. Estou em estado de choque porque esperava, não um acordo de princípio, mas uma rejeição de princípio; uma clara rejeição de um esbulho, não uma capitulação sindical. Replicando um take da Agência Lusa, a generalidade dos meios de informação em linha noticia que o primeiro-ministro, aliás de partida para prestar contas à Europa do seu feito, "considerou que Portugal transmitiu ao exterior um “importante sinal” de concertação social ao haver acordo de princípio com a UGT e com as confederações patronais em torno das medidas de reforço da competitividade económica". A notícia precisa que José Sócrates falava ladeado pelos representantes das associações patronais e pelo secretário-geral da UGT e que as me

SJ repudia cortes nas indemnizações por despedimento

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) protestou já contra as intenções do Governo, aprovadas hoje em Conselho de Ministros, visando reduzir as indemnizações por despedimento, e anunciou que acompanhará o movimento sindical nas formas de luta que vierem a ser decididas para as combater. .

Confirmado: Governo oferece aos patrões despedimentos baratos

O Governo confirmou hoje que vai avançar com medidas de diminuição das indemnizações aos trabalhadores em caso de despedimento, numa gravíssima cedência aos ditames dos eurocratas e do patronato, visando facilitar ainda mais os despedimentos num objectivo que despudoradamente é anunciado como pretendendo dinamizar o mercado de emprego. O que os patrões e os eurocratas – e os governos a seu mando – querem dizer com tal eufemismo é que se pretende embaratecer ainda mais o despedimento de trabalhadores experientes – e por isso com salários compreensivelmente mais elevados – para fazê-los substituir por outros mais novos e/ou com salários mais reduzidos; ou, então, com contratos individuais de trabalho menos seguros e até completamente precários. A hipocrisia vai ao ponto de pretenderem tranquilizar os trabalhadores “instalados” nas suas carreiras, anunciando que a nova medida se aplicará aos novos contratos de trabalho, ou seja, apontando a milhares e milhares de trabalhadores que hoje t

Lumpenelectrónico

É um azar diabólico almoçar (ou jantar) num restaurante com dois os três televisores sintonizados cada qual num canal diferente dos demais e com um sistema de altifalantes jorrando música de duvidoso gosto proveniente de um outro aparelho e em alto volume. Acontece muito e chateia bastante. Mas pior, muito pior, é quanto o restaurante sintoniza o(s) receptor(es) de televisão num reality show no qual os concorrentes parece que fingem que são todos amigos, mas, pelos vistos, fartam-se de espetar facadas uns nos outros para gáudio dos telespectadores e desatam em alta gritaria a horas convenientes à programação da estação. Tive o azar de assistir hoje a uma coisa dessas (obrigado, mas não frequento por minha iniciativa) e inquietei-me com o espectáculo deplorável dentro da caixinha mágica e com os comensais arregalando a orelha e assestando os olhos no receptor. Parecem aqueles vizinhos salivando por zangas alheias e atentos a todos os ruídos do prédio. Se o velho Carlos das Barbas vives

Tertúlias no Museu da Guarda

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Agenda. Ora aqui está um acontecimento em que eu gostaria muito de participar: Mais informações em: http://centenariorepublica.pt/conteudo/tertulias-em-cafes .

O Wikileaks chegou a Portugal, a crise segue dentro de momentos

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Assunto a desenvolver. .

A arrumação do armário

Já não via o Manuel há muito tempo. Encontrei-o hoje atarefado a procurar caixas. "Para encaixotar as minhas coisas", disse-me. Indaguei se está a mudar de casa. Que não. "Mas acho melhor ir arrumando o armário e a secretária: quando me despedirem, é só pegar no casaco, já não terei mais nada que me ligue a eles..." .

Clima: O bocadinho de optimismo de Cancún faz bem mas não cura

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  A Conferência de Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas terminou ontem em Cancún, no México, com um bocadinho mais de optimismo do que a fracassada cimeira do ano passado, em Copenhaga. Os resultados são manifestamente modestos. Sobretudo, falta um compromisso sério para o pós-Quioto, isto é, as metas a partir do fim da vigência deste instrumento de direito internacional que estabelece os limites regionais e nacionais das emissões de gases com efeito de estufa. E faltam metas concretas. Num comunicado final, citado hoje pela Agência Prensa Latina , a secretária executiva da conferência, Christiana Figueres, considerou que a cimeira adoptou um pacote equilibrado de decisões que restauram a esperança em matéria de redução de emissões e colocam os governos do mundo numa postura mais firme, com um futuro mais baixo em emissões, sustentando mesmo que as delegações de 190 países (excepto a Bolívia, que votou contra) alcançaram em Cancún o que designou "a ch

A Cidade Morta

Hei-de visitar a Cidade Morta. É um nome fantástico de um lugar que existe há milhares de anos. É no Monte Mozinho , em Penafiel. Entra-se por uma porta fabulosa chamada Museu Municipal, em pleno centro histórico da cidade, cuja sala da Arqueologia constitui uma varanda debruçada sobre o manancial de vestígios e colecções notáveis da ocupação humana do concelho, com especial ênfase para as épocas castreja, pré-romana e romana (mas sem que se possa perder as notáveis salas dos Ofícios e da Terra e da Água), onde uma velha gravura ostenta a velha denominação da estação arqueológica. .

O deputado antidiletante e a covardia do PS

A propósito deste caso , o líder do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, Francisco Assis, afirma, em entrevista publicada hoje no "Diário de Notícias": "Um grupo parlamentar não é uma associação de diletantes que se encontram durante a semana para produzirem avaliações do estado do mundo ou emitirem os seus estados de alma. É um centro de de decisão política e tem de ser um centro difusor de responsabilidade política." Pois bem, a verdade é que não há, ao longo de toda a entrevista, uma palavra que seja que justifique a covardia política e a castração cívica a que sujeitaram os deputados do PS que discordam da fuga aos impostos (250 milhões de euros!) que a PT decidiu fazer nas barbas do Governo mas não ousaram votar com o PCP ou, pelo menos, apresentar um projecto alternativo. .

Dia Internacional dos Direitos Humanos

Há 62 anos, em 10 de Dezembro de 1948, A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a sua resolução 217 A (III), que adoptou e proclamou a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM Considerando que o reconhecimento da dignidade intrínseca a todos os membros da família humana e o da igualdade e inalienabilidade dos seus direitos são o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo; Considerando que o desconhecimento e o menosprezo dos direitos do homem deram origem a actos de barbárie que são uma afronta à consciência da humanidade; e que o advento de um mundo em que os seres humanos, libertos do temor e da miséria, gozem da liberdade de palavra e da liberdade de crenças, foi proclamado como a mais alta aspiração do homem;

ONU contra pressão sobre o WikiLeaks

A Alta Comissária da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, manifestou-se hoje preocupada com as pressões exercidas sobre as empresas que oferecem serviços ao sítio WikiLeaks.   .

A Economia, o Estado Social e a titulação de entrevistas

Independentemente de outros comentários que pudesse fazer sobre a entrevista que o professor de Economia e antigo ministro da Economia (de um governo de António Guterres) Daniel  Bessa concede hoje ao "Público", pergunto se o título, pelo menos na versão em linha (Daniel Bessa: "A economia está a ser aniquilada pelo Estado social") condiz absolutamente com a resposta do entrevistado à pergunta que lhe foi feita e que estará na origem do mesmo.  Ei-las: "P- Numa perspectiva mais transversal, acha que a economia portuguesa consegue suportar um Estado social como o que construiu desde os anos 1970? R- Acho que, no mínimo, tem de ser moderado, durante algum tempo. A economia portuguesa conseguirá sustentar esse Estado se crescer, e se gerar mais rendimento. Neste momento, a economia portuguesa não só não consegue sustentar esse Estado, como está a ser aniquilada por ele." Pode parecer uma minudência, mas creio que Daniel Bessa diz muito mais do que a s

Cavaco agora fala que se farta

O Presidente da República ultimamente fala que se farta. Não há nada sobre o que não fale aos jornalistas, mesmo em época de bolo-rei, até mesmo no estrangeiro sobre política interna (reveja e releia-se o que disse em Lar del Plata, na Argentina, no sábado passado). Não há nada como ser candidato a Presidente da República para destravar a língua ao propriamente dito PR. .

A falsa alternativa à chantagem da liberalização dos despedimentos

O primeiro-ministro bem anda a fazer de conta que não quer fazer mexidas das grossas no Código do Trabalho, em obediência aos tecnocratas do FMI e da UE e piorando ainda mais um Código pejado de normas injustas. Na atabalhoada  multiplicação de declarações (mudo, não mudo o CT, o CT está bem mas é preciso aprofundar, e tal) e nas notícias sobre as suas supostas intenções que alguém vai largando, sempre vai mantendo a chantagem: se não quiserem que se liberalizem os despedimentos e/ou se reduzam as indemnizações em caso de despedimento, vão ter que gramar alternativas... Ora, o "Diário de Notícias" de hoje avança que uma alternativa que José Sócrates deveria apresentar hoje às centrais sindicais (a esta hora, 18h00, ainda não há notícias públicas sobre o conteúdo das reuniões) residirá na introdução de uma cláusula nos contratos individuais de trabalho, fazendo depender a formação dos salários de duas variáveis: a) a produtividade; b) a qualidade do trabalho. Trata-se de um ve

"Links Wikileaks – e por favor não me contactem mais…"

O título é exactamente assim: "Links Wikileaks – e por favor não me contactem mais…" Rui Cruz , o primeiro português a alojar um espelho do WikiLeaks , etc., etc., etc., está farto de ser incomodado com pedidos de entrevista e, além do mais, que publicam o que imaginem que ele disse. Fixemos o que escreve aqui : "Estou receoso? Sim. Com medo, talvez não. Mas como homem assumo o que faço. O site vai-se manter, até dar. Na opção de “ou o site vai abaixo ou você vai dentro”, escolho obviamente o meu conforto pessoal como pessoa livre." E, a seguir: "Eu fiz isto pela liberdade de circulação de informação na Internet. O fecho por ataques do Wikileaks.org foi um infortúnio e ajudei a espalhar a palavra. Sou Português e publico a informação no meu site. Sabe-se lá como, passado um dia, todos acham que “eu” dei força ao site, que “eu” fiz tudo, e que todos querem uma entrevista comigo. Poupem-me."

Mark Blyth: A austeridade é uma ideia perigosa

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Fonte: mãos amigas na Rede, i.e. este vídeo de um professor de Economia explicando com palavras e exemplos simples a trapalhada da austeridade chegou-me por correio electrónico (nesta versão portuguesa aparentemente do Esquerda.Net), está "postada" em blogues, sítios diversos... .

Caso Sporting vs. Público: Tribunal Europeu condena Estado Português

O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) condenou hoje o Estado Português a pagar ao "Público" uma indemnização de mais de 83 mil euros, além de seis mil de despesas, por a condenação decidida em 2007 pelo Supremo Tribunal de Justiça (Acórdão de 8 de Março), numa acção proposta pelo Sporting Clube de Portugal, violar o artigo 10.º da Convenção Europeia dos Direitos do Homem.  O Sindicato dos Jornalistas já se congratulou com a decisão do TEDH, considerando que ela mostra a justeza da posição do SJ, aquando da condenação agora rejeitada, a qual sublinhava o relevante interesse público do trabalho publicado sobre as dívidas fiscais do clube, cujas imputações estavam devidamente sustentadas. Por essas razões aliás os jornalistas José Manuel Fernandes, João Ramos de Almeida, António Arnaldo Mesquita e José J. Mateus foram ilibados nas decisões da primeira instância (15 de Abril de 2005) e da Relação de Lisboa (19 de Setembro de 2006).   .

O repórter que conta coelhos no Parque da Cidade

Que tens feito? "Conto coelhos no Parque da Cidade; num dia contei 42!" A. mantém o humor ácido, breve e cortante. Numa frase, arruma o assunto: esclarece-o e cataloga-o. Sempre foi um excelente observador e um bom repórter. Encontrei-o à entrada do restaurante - saía eu do meu almoço; entrava ele para o almoço mensal. "Todos os meses encontramo-nos aqui", conta. Fala na primeira pessoal do plural. O plural não é uma figura de estilo - é um conjunto de jornalistas despedidos há ano e meio, enxotados do trabalho e do jornalismo, alguns talvez para sempre. Bem porfia em procurar: "Nem me respondem - quem tem 52 anos não precisa de resposta". .

O WikiLeaks e o cartel dos cinco grandes jornais

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De uma interessante reflexão de Pascual Serrano sobre a relação entre o WikiLeaks e o que designou - e bem - cartel de meios de informação: Quiénes parecía que subvertían las formas de comunicación del siglo XXI optaron por ofrecer en exclusiva y de forma privilegiada la documentación a cinco grandes medios de comunicación mundial: The New York Times, The Guardian, Der Spiegel, Le Monde y El País. Días después de que las direcciones de estos periódicos los tuvieran en su poder, los ciudadanos seguimos sin poder acceder a los documentos en la web de wikileaks. Por su parte, los cinco periódicos se organizan en un cártel -como bien ha denominado Juan Carlos Monedero- y se coordinan. Según han reconocido, "hay un acuerdo sobre la publicación simultánea de los mismos documentos de relevancia internacional y las fechas de su difusión". Afirman que "tienen autonomía para decidir sobre la selección, valoración y publicación de las comunicaciones que afecten a sus países",

No próximo 25 de Abril, lá estaremos, Gonçalo Nuno!

As notícias da morte chegam sempre brutais. Ultimamente sem vozes emocionadas. Basta um SMS (aparentemente) seco: morreu Fulano. Chegou-me hoje mais uma: morreu o Gonçalo Nuno Faria. Trabalhou longos anos na RDP e colaborou com a TVGaliza e com o jornal galego "A Nossa Terra" (a Galiza era a sua paixão telúrica). Amava as palavras, as ideias, a discussão fraterna até à exaltação. E amava os amigos, a vida e a liberdade. Não fomos propriamente íntimos nem amigos, mas estimava-o e acamaradamos em várias andanças. Quando a notícia me chegou hoje, revi com saudade o último abraço, na última festa do 25 de Abril. Parecia, como sempre, um menino sorrindo e abraçando camaradas e amigos deambulando entre a multidão que, todas as noites de 24, partilha o canto e a alegria na Avenida dos Aliados e dobra a meia-noite com o Coral de Letras a entoar a Grândola e a repetir que O Povo unido jamais será vencido! Para o ano, lá estarei, Gonçalo Nuno, com um cravo vermelho fresco à espera do t

Comunidade ibero-americana volta a condenar bloqueio a Cuba

Para que conste: Mais uma vez a comunidade ibero-americana condenou esta tarde o inaceitável bloqueio a Cuba imposto e determinado pelos Estados Unidos. Assim, COMUNICADO ESPECIAL SOBRE LA NECESIDAD DE PONER FIN AL BLOQUEO ECONOMICO, COMERCIAL Y FINANCIERO IMPUESTO POR EL GOBIERNO DE LOS ESTADOS UNIDOS DE AMERICA A CUBA, INCLUIDA LA APLICACIÓN DE LA LLAMADA LEY HELMS-BURTON Las Jefas y los Jefes de Estado y de Gobierno de los países iberamericanos, reunidos en Mar del Plata, República Argentina, en ocasión de la XX Cumbre Iberoamericana: Considerando las referencias al tema en cuestión en las declaraciones de anteriores Cumbres de Jefes de Estado y de Gobierno de Iberoamérica y reconociendo el valor de la reafirmación y actualización del contenido de los comunicados adoptados por las Cumbres de Salamanca, Montevideo, Santiago de Chile, San Salvador y Estoril, con igual título, al abordar el tema que ha convocado la XX Cumbre Iberoamericana “Educación para la Inclusión Social”. Re

Imprensa da Igreja Católica

Ora aqui está um acto (público) ao qual tive muita pena de faltar e que certamente não pode deixar de traduzir-se em urgente publicação. Tendo tido aliás o gosto de assistir a uma pré-apresentação de alguns dados da dissertação de Alexandre Manuel sobre a Imprensa da Igreja Católica, num painel de comentadores sobre este estudo da ERC  no qual com ele emparcerei, só posso assegurar que a obra será muito útil para compreender uma realidade importante, embora nem sempre se lhe preste a devida atenção. Como porventura em breve vai ser necessário demonstrar... 

Federação Internacional de Jornalistas contra perseguição ao WikiLeaks

Notícia atrasada: a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) condenou a perseguição ao WikiLeaks pelos Estados Unidos da América (EUA), considerando "inaceitável que se tente negar às pessoas o direito de saber", conforme se pode ler a qui . Para o secretário-geral da FIJ, Aidan White, a resposta dos EUA às revelações do sítio "é desesperada e perigosa porque contraria os princípios fundamentais da liberdade de expressão e da democracia”. A FIJ não tem posição sobre a divulgação de 250 mil telegramas de embaixadas dos EUA em vários pontos do Mundo, mas saudou o recurso a "canais jornalísticos respeitados para a filtragem da informação" - os jornais "Der Spiegel" (alemão), "The Guardian" (britânico), "The New York Times" (norte-americano) e "El Pais" (espanhol) - para que a informação fosse "processada por jornalistas profissionais sérios que estão bem cientes das suas responsabilidades para com o público e para c

O líder ou 250 milhões!

A bancada do Partido Socialista na Assembleia da República respondeu ao desafio político, cívico e moral de impedir que a PT fuja ao pagamento de 250 milhões de euros de impostos votando , ontem, contra o projecto de lei que o PCP apresentara. Não porque estivesse contra o diploma ou os seus objectivos, mas apenas porque o líder parlamentar ameaçou demitir-se se a bancada desobedecesse ao seu comando e à teimosia obscena do Governo. O que está visto, mais uma vez, é que os deputados do PS amansam como cordeirinhos quando se trata de proteger os interesses dos poderosos, mas não hesitam em ir ao bolso dos trabalhadores. Essa é que é essa, e não vale a pena usar eufemismos. .

Sem corar de vergonha

Os números deveriam impressionar até os mais frios. Mais de meio milhão de trabalhadores portugueses - cidadãos que têm emprego, portanto - têm rendimentos que os colocam abaixo do limiar de pobreza e um quarto dos menores de 18 anos vive na pobreza (dados do Observatório das Desigualdades antecipados pelos jornais hoje). Sem corar de vergonha, o Governo quer voltar atrás no acordo celebrado com as confederações sindicais e patronais que fixou o salário mínimo em 500 euros em 2011, cedendo às onze maiores empresas exportadoras portuguesas (que não são propriamente empresas de vão de escada) que foram terça-feira bater-lhe o pé. .

É hoje!

É hoje  que se vai ver se o Partido Socialista está do lado do aumento de receitas fiscais mexendo com os ricos e poderosos e tributando a distribuição extraordinária de dividendos nomeadamente na PT*, ou se quer continuar a meter-se com os mais pequenos. Porque "Este não é um debate de meias palavras: é o debate do 'sim' ou do 'não'. Não há razão para que quem está justa e convictamente com o objectivo de tributar estes dividendos não vote esta lei." (Bernardino Soares, líder parlamentar do PCP, citado ontem na imprensa) * Os "15 maiores accionistas da PT acabarão por receber, ainda em 2010, perto de 900 milhões de euros de dividendos sem pagar um cêntimo de imposto, quando, se o Governo tivesse tido a iniciativa de legislar com efeitos em 2010, (e não apenas em 2011), poderiam pagar de imposto cerca de 250 milhões de euros. É esta a dimensão da fuga aos impostos resultante da omissão legislativa do Governo" (citado do preâmbulo do Projecto de Lei

Despedimentos rápidos, baratos e talvez indolores

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Nenhum outro título dos jornais de hoje sintetiza a questão de modo tão cru, tão directo e tão claro como este do "Correio da Manhaã". O governo económico-político da União Europeia que comanda ferreamente os desígnios de Portugal não desiste. Despedir e flexibilizar é a palavra de ordem. Fazendo de conta que discorda, o primeiro-ministro irritou-se ontem com a investida dos jornalistas sobre o assunto e veio assegurar solenemente: "O Governo vai tomar as medidas em diálogo com os sindicatos e os empresários de modo a melhorar as condições de regresso ao trabalho de todos aqueles que estão desempregados" (cito do "Público"). Que tome as medidas em diálogo (ou em obediência?) com os empresários, já se sabe que fará, como de costume, e é provável que talvez adopte algumas medidas para despedimentos não só rápidos e baratos, como preconiza a omnipotente Europa, mas também indolores, para que os trabalhadores se queixem cada vez menos. Mas que dialogue com os

Dia Mundial da Luta Contra a SIDA

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Hoje é o Dia Mundial da Luta Contra a SIDA. Estalelecido, em 1988, na Cimeira Mundial de Ministros da Saúde sobre programas de prevenção da doença, constitui uma jornada de actividades, à escala planetária, voltadas para a informação e sensibilização.  Sob o lema, este ano, "Acesso universal e direitos do homem" , a jornada põe o acento tónico no problema do acesso a meios de diagnóstico e aos tratamentos, distribuídos de forma muito desigual. Apesar de os medicamentos antirretrovirais já estarem acessíveis a 5,2 milhões de habitantes de países em desenvolvimento (dados de 2009), contra os 700 mil de cinco anos antes, a verdade é que dez milhões de outros doentes estão privados deles, segundo o director executivo da agência das Nações Unidas para a SIDA (ONUSIDA), Michel Sidibé, citado pela agência France Presse.