Despedimentos nos jornais, os "tabus" do jornalismo e citações do Sindicato dos Jornalistas

Estrela Serrano (ES) escreveu um postal (será assim que deve dizer-se em bloguês?) muito interessante, aliás justamente intitulado «Os despedimentos nos jornais e os "tabus" do jornalismo», que daria pano para muitas mangas, talvez vários fatos ou até a obra de alfaiataria de uns anitos.
Tem o mérito - e Estrela Serrano tem muito mérito nas questões que levanta - de enunciar problemas que nos deveriam fazer reflectir mais, mas escasseia-me o tempo (enfim, e talvez outras condições...) para vir agora a terreiro terçar armas. Porém, não posso deixar de fazer algumas observações - insisto, sem retirar o mérito à reflexão proposta - a fim de repor alguma precisão na discussão.
Concretamente, para defender o seu enunciado, ES menciona duas vezes a citação de comunicados do Sindicato dos Jornalistas (SJ), chegando a afirmar, em relação ao tabu das notícias sobre as reacções dos despedidos: "Também aqui as notícias citam sobretudo os comunicados do Sindicato dos Jornalistas" (sublinhado meu).
De seguida, apresenta, a título de exemplo, uma série de seis ligações para notícias. Ora, da leitura das mesmas extrai-se que:
1.º - O SJ surge referido/citado em apenas três (metade) das notícias ligadas;
2.º - Nas três notícias em que é mencionado, o SJ está muito longe de ser a fonte principal/dominante;
3.º - Nessas três notícias, as menções ao SJ são aliás muito breves, diria brevíssimas;
4.º - No caso mais recente, relativo ao Expresso, em duas notícias ligadas, o SJ aparece brevemente citado numa delas.
Termino recordando que tudo quanto o SJ tem publicado sobre estes e outros exemplos se encontra disponível no seu sítio oficial.
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