Privacidade na imprensa: uma boa notícia, apesar do resto...

Algumas notas-tópicos da minha intervenção, esta tarde, no âmbito da IV Conferência Anual da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, na apresentação do estudo sobre privacidade, intimidade e violência na imprensa encomendado pela ERC:
  • Importância das conferências anuais da ERC para Uma Cultura da Regulação como oportunidade de reflexão e revisitação das práticas dos media
  • Qualidade e a profundidade do estudo, com apreciável corpus de 3412 peças jornalísticas
  • Importância da contribuição desde a Universidade, mas também dentro dela
  • Sugestão de que os autores-coordenadores (José Rebelo, do ISCTE, e José Manuel Mendes (Universidade do Minho) sejam convidados para sessões de discussão e reflexão nas redacções
  • Apesar da "boa notícia" do estudo, segundo o qual "não se comprova de pronto a dominância das agressões sistemáticas à lei", não deixemos de continuar a corrigir os nossos
  • Continua a haver um excesso da exposição da privacidade dos protagonistas, com elevadas percentagens de peças em que estão presentes os indicadores imagem (63,2%) e nome (60,4%) e um elevado número de fotografias pessoais (1265), das quais apenas em 219 a identidade está dissimulada
  • Importa aferir e reflectir caso a caso sobre se o uso desses indicadores era dispensável, i.e., destituído de interesse público; se correspondia - e em que medida - a um verdadeiro interesse público; se se limitou a satisfazer a mera e curiosidade do público; se a verosimilhança dos factos narrados poderia ser prejudicada pelo "excesso de cautelas"; que sacrifício inútil e gratuito de direitos pode estar a acontecer no altar da liberdade de imprensa

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