Manuel Alegre a greve geral de 24 de Novembro

O candidato a Presidente da República Fernando Nobre manifestou ontem o seu apoio à greve geral de 24 de Novembro, secundando o candidato Francisco Lopes, e acusou o candidato Manuel Alegre de não se ter pronunciado abertamente sobre o assunto, isto é, de não declarar o seu apoio à jornada convocada pelas duas centrais sindicais.
Não sou dado a jogos de pingue-pongue de declarações públicas, mas creio que é importante que Alegre se pronuncie sobre a matéria. De facto, não basta dizer que a greve é um direito dos trabalhadores e que compreende os trabalhadores e os sindicatos e outros lugares-comuns.
Em todo o caso, há algumas afirmações interessantes na entrevista a Manuel Alegre que o "Diário de Notícias" publica hoje. Sem comentários (mas com um ou outro sublinhado) e com a devida vénia, transcrevo este trecho:
Compreende os motivos dessa greve?
Compreendo. É um facto sindical, político e democrático novo. As duas centrais têm tido dificuldade de convergência e de entendimento, e agora apresentaram as duas juntas o aviso prévio. Acho que os sindicatos têm um papel muito importante, como têm os outros parceiros sociais! Sou favorável à concertação social e ninguém tem falado com eles. Andam os banqueiros, mas ninguém fala com os sindicatos e ninguém fala com os parceiros sociais. Deveria ouvir-se os trabalhadores, respeitar os trabalhadores e ter em conta que é uma greve geral pelas duas principais centrais sindicais. Noutras situações e noutros tempos, isso seria uma coisa tremenda. Hoje liga-se menos, hoje essas coisas valem menos do que valiam. Mas acho que valem muito, que é preciso ouvir a voz dos sindicatos, a voz da rua e a voz dos trabalhadores. Eles representam milhões de trabalhadores que são aqueles que mais vão sofrer com esta crise, e é preciso pensar nas pessoas. E estou, política e democraticamente, do lado desses.
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