Desconfio muito dos "aperfeiçoamentos" às leis do trabalho (e outras...) admitidas pelo Governo e com ou sem o impulso do seu pacto extra-parlamentar com o PSD...
O meu estimado amigo, investigador, professor universitário e ex-jornalista Rui Pereira costuma comentar, com muita graça e certo acerto, que “a técnica da notícia é uma coisa que qualquer macaco aprende em 15 minutos”, pois “Jornalismo é outra coisa”. Socorro-me deste arrimo de memória a propósito de uma aventura editorial a que o jornal i (ainda é assim que se grafa?) pôs hoje corajosos ombros: a façanha de produzir “o primeiro jornal do mundo feito (quase) sem intervenção humana”. Assim mesmo. E o parêntesis é do i , não meu. Dá-se o caso de o jornal, obra de 32 páginas, ter sido escrito - garante a editora - por um tal “ChatGTP”. A edição não insere qualquer nota editorial feita por gente que explique tamanho disparate em gasto de papel e sacrifício inútil de não sei quantas árvores. Mas... Se o propósito era mostrar que, se alguém na empresa anda a pensar substituir jornalistas de carne e osso por essa coisa da inteligência artificial, tem nesta edição provas sobejas para d
No dia em que completo(aria) 43 anos de exercício da profissão de jornalista, estando embora legalmente impedido de exercê-la, por força das funções de deputado à Assembleia da República que ora desempenho, gostaria de dirigir aos meus camaradas de profissão, e em particular aos meus camaradas do Jornal de Notícias , algumas palavras breves. Não obstante muitas desilusões, continuo a acreditar que a profissão que escolhi continua a ser a mais bela e mais completa – sentido humanístico – que alguém poderia escolher. Tive as oportunidades de colocar os pés na diversidade de pisos e de “altitudes” que nenhuma outra profissão me proporcionaria – da mais profunda, irrespirável e arriscada frente de desmonte numa mina à mais requintada alcatifa algures numa estratosférica torre de hotel de não sei quantas estrelas. Em todos os cenários, aprendi que não há nada como ter realmente os pés assentes na realidade. Tive também inúmeras ocasiões de contactar, de conhecer e de procurar aprofund
Acabo de ver no “Jornal da Tarde” da RTP uma peça sobre a destruição da barragem de Kakhovka, afirmando que “uma investigação independente” da “organização de direitos humanos Global Rigths Compliance” reuniu provas, contra determinada parte, de "uso de explosivos convencionais" e considera o acto um "crime de guerra". Ora, como é fácil perceber numa rápida consulta ao respectivo sítio electrónico , a Global Rigths Compliance não é uma “organização de direitos humanos”, mas sim pelo menos uma ou duas realidades juridicamente bastante distintas da que nos é apresentada, mas sim, basicamente, um escritório de advogados especializados nestes assuntos. Aliás, pelo menos um despacho de ontem da agência Reuters deixa bem explícito que esse escritório está a assessorar a Procuradoria-Geral da Ucrânia na obtenção de provas e na preparação das iniciativas legais contra a Rússia, interesses (legítimos!) que, todavia, a cadeia norte-americana de televisão CNBC não